sábado, abril 3

A Páscoa Chegou



A PÁSCOA CHEGOU! ALELUIA ! ALELUIA!

J. Jorge Peralta
           
1. A vida humana é sempre uma caixinha de surpresas, ou às vezes até uma Ânfora de Pandora. Alegrias e tristezas, apreensão e exaltação, o bem e o mal, certezas e dúvidas, esperanças e angústias, amigos e inimigos, prosperidade e carências, são alguns dos paradoxos com que nos deparamos, pela vida afora. Sem dúvida, “viver é lutar”.
O texto anterior: “A Cruz Quebrada”, coloca-nos, frente a frente, com esta realidade da vida.
Insistimos um pouco na interpretação simbólica da cruz, como paradigma da vida dos humanos, numa perspectiva semiótica.
Certos fatos e celebrações bíblicas podem ser analisados como alegorias, que retratam a vida das pessoas.
Vê-se por aí que as pessoas não estão  perdidas, num espaço incógnito. Têm um rumo.
Os paradoxos podem ser interpretada ainda por outros modelos  de análise.
Por isso terminamos o texto, com a citação do grande poeta: GONÇALVES DIAS, no poema “Canção do Tamoio”:
“Não chores meu filho,
Não chores,
Que a vida é luta renhida
Viver é lutar.”
            Faço a presente análise, a partir de perspectivas espiritualistas e humanistas, para além de crenças e de religiões, revelando a dimensão universalista da filosofia da vida cristã.

            2. Passou a 6ª Feira da Paixão e sucedeu-lhe o Domingo de Aleluia (ou Sábado de Aleluia?!).
            Sofrimentos e dor, perturbação e superação, alegria e exaltação são a sequência contínua de estados de alma que nos acompanham por toda a vida.
Do Domingo de Ramos ao Domingo de Aleluia, temos um paradigma completo da vida.
Aprendemos que a rosa, a mais bela das flores, tem fortes espinhos que, de quando em quando, nos ferem.
Sabemos que não há rosas sem espinhos...
Se quisermos colher as rosas, teremos de suportar alguns espinhos.
Aleluia! Aleluia!
Alegrai-vos e Rejubilai.

3. No Domingo de Aleluia – A Páscoa da Ressurreição,
 A luz do sol voltou a brilhar.
As  flores voltaram a desabrochar.
O dia sucedeu à noite e a noite ao dia.
A luz repeliu as trevas,
A vida veio nos reanimar.
As pombas já vão pelo ar a esvoaçar...
A brisa suave voltou a nos acariciar.
Os lobos  voltaram a rondar suas presas.
A justiça e a esperança querem reassumir o seu lugar...
Enfim, a alegria sucedeu à tristeza...

4. Aleluia! Aleluia!
O que estava morto ressuscitou.
O que era débil fortaleceu-se.
Os fortes que resistiram à morte
voltaram à vida e já levantam a bandeira da paz!
A bandeira da fraternidade universal.
Os crentes de todas as crenças ou descrenças já entoam o Cântico das Criaturas,
o hino da confraternização total.
Aprendemos então que:
A vida é combate/ que os fracos abate,
que os fortes , os bravos/ só pode exaltar”.
O Domingo de Aleluia é o que todos almejamos,
se não nos acovardamos na hora do combate.
Aleluia! Rejubilai-vos!

5. Vamos Cantar!
A alegria e a esperança recuperaram o seu lugar!
Vamos festejar!
Vamos pular como cabritos no pasto!
Vamos sorrir e cantar!
Rejubilai-vos!

6. Aleluia de Handel
Para encerrar esta reflexão
Deixo-vos o “Aleluia” de Handel, como uma das composições mais belas, majestosas e rejubilantes, que neste dia se ouve por toda a parte. É uma parte da oratória “O MESSIAS”.
O Aleluia é uma das composições mais cantadas pelo mundo afora, durante todos os dias do ano, em horas de grande exaltação interior.

7. Este oratório revela uma das mais vigorosas inspirações  musicais de todos os tempos.
A música, a letra e o sentido da data bíblica correspondeu-se plenamente, para chamar a nossa atenção para a realidade magnífica do triunfo do homem sobre a morte: o triunfo da vida e da liberdade.
O Nihilismo, a aniquilação desfizeram-se em pó.
Handel parece chegar ao âmago grandioso da passagem do Cristo na Terra,  indicando caminhos, desmascarando trapaceiros, espargindo  vida, vencendo a morte.
O Aleluia de Handel é, por si só, uma mensagem vigorosa, que fala fundo,  em nosso espírito e em nosso subconsciente.
É um hino à felicidade e à alegria compartilhada. É um hino à esperança e à elevação humana,  traçando o sentido da vida.

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