EUROPA EM PÂNICO?!
Crise por Gestão Perdulária na UE
J. Jorge Peralta
A União Européia, foi um projeto necessário, mas no formato que assumiu, foi arriscado. Por isso está em crise de viabilidade. A união faz a força. Mas hoje, a UE está enfraquecida, fragilizada, por gente de ética precária.
A ganância do poder de alguns, visando tirar vantagens, em cima dos menos preparados, para certo nível de embates, leva todos à beira do precipício, ao cair em alguns equívocos deletérios.
Na distribuição das cotas de produção, alguns países sofreram cortes escorchantes e insustentáveis abalando-lhes a economia, por falta de força de negociação.
Com uma arrogância sem limites, os tecnocratas quiseram mudar a alma de países, como Portugal. Para alguns, as finanças são tudo e, então, nem isso conseguem preservar. Os países precisam de mais respeito do que de favores.
Pagam até hoje um alto preço para participarem da Comunidade Européia. O custo de vida disparou, o desperdício se acumulou e o desequilíbrio se agravou. Os países querem mais trabalho do que subsídio. O bem-estar é fruto do trabalho e não de atitudes paternalistas humilhantes e abusivas.
Deram o peixe e não o anzol. Criaram gente dependente. Aboliram a “liberdade” de muitos. Na cara dura...
Faltou maturidade e visão global de equidade. O desequilíbrio tem alto preço social.
É sabido que os lobos, por natureza, e por instinto, rondam o rebanho pacífico e o atacam, se o pastor se descuidar. “Quem pode mais chora menos”.
A crise que o Bloco Europeu está passando, é muito grave. Crise anunciada e esperada. É uma crise de gestão perdula e de certa ingenuidade (?!). Uma crise de credibilidade de governos golpistas: Governam para os amigos mais do que para a nação. Assumem atitudes populistas e paternalistas. Não são estadistas... O resultado está à vista de todos. Escancarado. Só não vê quem não quer.
A Grécia, a Espanha, Portugal, Itália e a Irlanda estão envoltos em problemas sociais e estruturais. Há problemas também na França e no Reino Unido...
Alguns, talvez julgando eterna, uma certa “lua de mel” nos mercados, distribuíram benesses a rodos. As chefias têm salários multimilionários... Indecentes. Não são só incompatíveis com a penúria do povo. São abusivos. O povo grama o desemprego. Situação assustadora!! As denúncias tudo trazem à luz do dia. Mas falta pudor, vergonha e ética da equidade.
Verifique quanto ganha um político, um presidente, um aposentado de cargo político, um diretor de Banco Oficial. São salários que fazem gemer no túmulo os políticos que eles destronaram, que tinham vida frugal, sóbria, sem esbanjar. Mundo cruel... Quem chegou como libertador revelou-se sagaz opressor!...
A abastança que engorda a conta dos espertalhões, falta na mesa de quem quer trabalho e não encontra seu lugar no “banquete” nacional. Vira marginal?!
2. Catástrofe do Desemprego
Na Europa, segundo a Deputada E. Turunen, do Parlamento Europeu, há 5,5 milhões de jovens desempregados, isto é, cerca de 21,4 % do total.
É uma catástrofe. Não podemos subestimar a Europa, mas a Europa precisa amadurecer a nova experiência, com mais equidade e respeito aos diversos países. Todos precisam ser responsáveis.
Alguns altos funcionários cantam loas à UE, porque ela lhes paga altíssimos salários, pelo pouco que fazem. A antiga lógica de salários racionais foi jogada em algum bueiro... Uma pena. A população paga a conta, com terríveis sacrifícios.
Quem está refestelado no poder não sabe fazer autocrítica, enquanto leva vantagem. Antes quer que nada mude.
A UE estremece. A solidariedade européia está abalada e perde a credibilidade. A população sente-se ludibriada, e trapaceada. A festa da gastança vai terminando na UTI, se alguém não der um paradeiro na lambança.
A governança européia produziu, nos últimos anos, um terrível amontoado de princípios extravagantes e inconseqüentes, sem lógica. Denúncias de improbidade é o que não falta. Autocrítica? Deixa p’ra lá!
3. Desemprego Crônico na Espanha
Na Espanha, tão admirada por pessoas que se deixam levar por um marketing certeiro e de promessas vãs, os jovens estão em pânico, por falta de postos de trabalho. O País está em pânico.
Na faixa de 16 a 25 anos, a Espanha tem 40,5% de desempregados. Realmente uma catástrofe, pelas conseqüências, em cadeia, de tanta gente jovem desocupada.
O desemprego deixa incerto o amanhã. Para alguns já parece economia de guerra...
Na faixa da população economicamente ativa, o desemprego é de 19,9%. Lastimável. Como toda essa gente sobrevive, sem salário, sem condições de cuidar de si e de suas famílias?
Por outro lado, o futuro não é nada promissor. Pelo contrário. Os governos preparam redução do insustentável déficit público, produzido pelos gastos irresponsáveis para manter uma máquina perdulária.
Mais cortes de postos de trabalho. Mais sombrio o futuro de muita gente.
4. Situação no Reino Unido
Aparentemente, a situação, no Reino Unido, não é tão grave.
No entanto, é alarmante ver a notícia de que, os novos graduados pelo Ensino Superior tem vagas muito restritas. É alarmante saber que, para cada vaga disponível, há 70 graduados candidatos. Isto é o prenúncio do caos, se a situação não for rapidamente revertida.
Se a estatística de 70 candidatos por uma vaga de emprego não for alarmante, não sei o que é bem-estar social. Quem não tem experiência está quase excluído do mercado de trabalho. Isto é o Caos. Também no Reino Unido, a taxa de desemprego de jovens de 15 a 24 anos é de aproximadamente 20%.
“Há algo de podre no reino da UE”, já diria Shakespeare.
5. Condições de Viabilidade e Credibilidade
A UE, foi um projeto insustentável?! Talvez. E é pena. Ainda será viável?! Certamente. Mas precisa ter coragem mudar de rumo. Tudo precisa ser repensado. Até porque muita gente foi sofregamente ao pote, com muita ganância e irresponsabilidade para com o bem-comum.
É preciso coragem cívica para recompor a equidade. O problema da UE é que hoje faltam estadistas e proliferam os oportunista.
Algumas hienas fizeram a festa. Quem pode mais chora menos, na lei da selva. Entre os humanos é diferente? Não consta.
A UE precisa rever todas as suas posições, para crescer junta e solidária, num desenvolvimento sustentável e equânime, sem oprimidos e sem opressores.
Problema a vista: os que se refestelaram no poder, dificilmente admitem corrigir algo, enquanto eles estiverem tirando vantagem.
Todas as nações da Europa precisam manter plena e firme sua identidade histórica, sem que alguns queiram dissolver os menores numa Europa genérica, despersonalizada e despersonalizante.
A história de cada país deve manter-se autêntica, sem os esbulhos que vêm acontecendo, como vem acontecendo.
Os descobrimentos portugueses, por exemplo, nunca serão enquadrados como descobrimentos Ibéricos, tornando-se espanhóis. Isso nunca. A César o que é de César.
Os tecnocratas exaltam a Europa, mas o seu próprio país levam-no para o ostracismo. Dizem, com orgulho saloio: eu sou europeu. Sim cara pálida, mas qual é o teu país?
Não há e nunca haverá uma cidadania européia, como alguns, falsamente alardeiam. Cada um é cidadão do próprio país. A História da Europa não pode substituir a história do próprio país, sem provocar estragos irreparáveis, na mente das novas gerações, como vem acontecendo.
6. Educação Frágil Fragiliza as Nações e a Comunidade
A Educação vai matando o espírito de cidadania e de soberania das pessoas e das nações. Um descalabro? Ingenuidade? Falcatrua?!
Isso foi o que a Indonésia quis fazer em Timor Leste e deu-se mal. O povo reagiu. Quando reagirá Portugal? Por enquanto está nocautizado e sedado!! Até quando?!
Acorda, minha gente! Você pode. Para quê ser dependente?! Faça sua parte!
Europa é uma Federação de Nações. Não é um País. Há alguns equívocos a rever. Há falácias calamitosas de tão ingênuas. Custa acreditar. Onde está a inteligência e a consciência dessa gente?!
Sem respeito à identidade histórica de cada país, a Europa não terá futuro, por não ter credibilidade. Só com países fortes a Europa será forte. Não queiram produzir cidadania frouxa. Será suicídio!
A ganância, a ambição e a arrogância são o túmulo de belos e promissores projetos. São os sucedâneos da falta de uma educação consistente, que compromete o futuro.
Enquanto os países do Oriente investem em educação séria, sem condescendências, nem malandragem e vão superando o Ocidente em inúmeras conquistas, o Ocidente vai afrouxando o sistema educacional e tudo o mais, e vai ficando para traz. As consequências são cruéis e, às vezes, irreversível. O populismo paternalista é uma doença crônica, difícil de tratar e difícil de tolerar.
Não é de hoje que gestões perdulárias e sem credibilidade põem populações inteiras em pânico e em alto risco de sustentabilidade.
Só o povo, consciente, será capaz de mudar o rumo do nosso mundo, desnorteado e perdulário.
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Nota: os dados aqui citados foram publicados na imprensa falada e escrita, no mês de Julho/2010
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