segunda-feira, janeiro 21

O Inferno de Dante na Farsa geolíngua

 O “INFERNO DE DANTE”
 E A FARSA GEOLINGUA


 “A Justiça não socorre os que se descuidam”
“Dormientibus non succurrit jus”

1. Após escrever o texto “Olivença, um Paradigma e uma Advertência” veio-me à mente o foco a dar a este texto, sobre as perspectivas trágicas da eventual, embora improvável, tentativa da União Ibérica, sob a tutela da Espanha, com a imposição da língua espanhola em Portugal e em toda a Lusofonia. Arrogância atroz e infame...
Vi que as expectativas são as mais trágicas possíveis, envolvendo uma  “ditadura” discriminatória e despótica, ainda que tenha o nome de democracia.

2. O projeto anunciado prevê que, consumada a União Ibérica, a língua espanhola  seja imposta, como primeira língua em Portugal e em todos os Povos Lusófonos. Todas as escolas seriam proibidas de ensinar a língua Portuguesa e passariam a ensinar só a Língua Espanhola.
Seríamos todos estrangeiros, na própria terra. A partir de algum tempo seria proibido falar a Língua Portuguesa, sob pena de multa  e eventual prisão e até tortura... Há muitas modalidades de torturas; as mais dolorosas talvez sejam as mais disfarçadas, envoltas em farisaísmo e num sadismo atroz.
Seria seguido o roteiro que a Espanha já seguiu em Olivença,  território português, invadido pela Espanha, em 1801.
Quem negar isto,  está tentando se iludir, ou iludir os outros.
A Guerra à Língua Portuguesa está viva, ainda hoje, em Olivença.
Se o intento vingar, os falantes da Língua Portuguesa experimentarão o que é o inferno...
Que ninguém me advirta  que eu estou com  mentalidade catastrófica.
A história é a mestra da vida.
Não estou profetizando catástrofes coletivas. Elas já estão por aí sendo esboçadas nas pranchetas de nossos “engenheiros” sociais... Fiquemos atentos e reajamos enquanto é tempo.

3. Holocausto em Timor
É o mesmo roteiro que seguiu a Indonésia em Timor Leste, onde correram rios de sangue, porque o povo teimava em falar a Língua Portuguesa que eles amavam.
O massacre, no Cemitério Santa Cruz, em Díli, é um episódio do grande repercussão, porque alguém, inesperadamente, estava ali, escondido, casualmente, com uma câmera na mão... Os timorenses viveram a experiência feroz do inferno.
Muitos pagaram com a própria vida, por serem pegados falando a maviosa Língua de camões. É mais do que discriminação: É inveja.

A história moderna registra muitos  fatos deste gênero.

4. Holocaustos nos indígenas, nas mãos dos espanhóis
Alguns espanhóis são acostumados a esses terríveis e bárbaros massacres, como ocorreu  na conquista dos territórios dos povos Incas, na América do Sul e dos Territórios do México, em Yukatan e em outras regiões,  onde trucidaram mais de 15 milhões de aborígenes, de civilizações adiantadas, quase por divertimento, apenas porque, não eram espanhóis. Cortaram no fio da espada populações inteiras, desarmadas,  que não lhes impuseram resistência. Outros foram queimados vivos em fogueiras, num dos espetáculos mais macabros e terríveis de que se tem notícia. Um terrível holocausto.
Não pouparam homens, nem mulheres, nem  crianças  e nem idosos.
Foi algo catastrófico, inaudito e inacreditável, se não fossem  fatos relatados, com pormenores, por um homem íntegro, Frei Bartolomeu de Las Casas, bispo de Chiapa, no México..
Ver  os livros de Las Casas, em que são relatados os crimes bárbaros cometidos por patrulhas espanholas.
Citamos:
“Foram mortos, pela tirania e infernal ação dos espanhóis, injusta e tirana (...) mais de 15 milhões de pessoas” (Las Casas publicou isto em 1552). Os espanhóis superaram de longe, o Holocausto dos nazistas. Isto não lhes trás nenhuma honra....
Consulte as citações ao final deste estudo.
O massacre de indígenas pelos espanhóis chega a 70 milhões, segundo alguns especialistas.

5. Holocausto em Lima - Peru
Devem ser lembradas também as atrocidades selvagens, cometidas no século VII, contra os portugueses de Lima, no Peru. Estes foram queimados vivos,  às centenas, para que seus bens fossem entregues aos esbirros da Inquisição.
Observe-se que foram condenadas pessoas de muitas nacionalidades e não só portugueses. No entanto, aqui só aos portugueses nos referimos.
Os portugueses de Lima, que eram muito ricos, foram condenados à morte e queimados vivos, depois de esquartejados nos instrumentos de tortura, para tentarem arrancar-lhes confissões sob coação, portanto falsas, que justificasse mandá-los para a fogueira vivos, no meio dos sofrimentos mais atrozes.  Aqui também não pouparam homens, nem mulheres, nem crianças e nem idosos. Para facilitar , acusavam-nos  de judaísmo.
Os portugueses de Lima, no século XVII também experimentaram  o inferno em vida, pelas mãos de cristãos (?!) espanhóis.

6. A crueldade é atividade de gente truculenta, invejosa e feroz que não tem limites para as suas práticas de tortura.
A crueldade não está fora de moda, não. Apenas mudou de metodologia. O sofrimento, hoje,  talvez seja pior. É pura vingança e sadismo cruel. Tudo é ocultado sob um farisaísmo atroz.

7. A eventual e prevista transformação da Língua Portuguesa em geolíngua, funcionando como eventual 2ª língua no novo “império”, gerido por Madri, impondo o espanhol como 1ª língua, é algo que não cabe na cabeça de um troglodita primitivo.
Alguém tem o desplante de garantir que os falantes da Língua Portuguesa são naturalmente bilíngues:  falam (?!) o português e o espanhol, portanto,  impor-lhes a língua espanhola, como primeira língua, não dá trabalho. MENTIRA!

8. É com esta falsa afirmação que ele daria à Espanha o maior poderio linguístico-cultural elevando o número de  falantes, de 420 milhões para 700 milhões, superando a Língua Inglesa,  de uma só penada. É assim que justifica a anexação de Portugal à Espanha, como se Portugal não tivesse brio, nem hombridade e nem vontade própria.
É muito ridículo e gratuito. É patético. O homem parece louco ou algo parecido.

9. A Espanha,  mandando em tudo, a língua espanhola seria imposta a fio de espada ou a tiro de revolver. O fio da espada ou o tiro poderão facilmente ser substituídos por crueldades mais ferozes...
Para saber se isto é fato possível ou se é intriga da “oposição”, basta ver como são ou forma tratados os povos da Galiza, da Catalunha, de Olivença,   ou do País Basco. Depois é só transpor o paradigma.
Ninguém me venha dizer que faço profecia catastrófica. Catastrófica é a opção que está na mesa de muitos. Catástrofe é a “Inez estar ainda posta em sossego”.
O vizinho não seria capaz?!  Olhe a história. Vá mais fundo no que acima apontei e verá que é capaz de muito mais, se baixarmos a guarda.

10. Quem hoje silencia e se omite, amanhã poderá ter de presenciar as piores arbitrariedades e até  delas  ser cúmplice ou vítima.
As salamandras dão sinal de que o rumo está mal traçado; está contra nós, se não enfrentarmos a fera  que vai gerando novos filhos e escavando novos diques de contenção.
“Quem cria cobras venenosas não pode estranhar se for atingido por uma picada mortal”.

11. Paro por aqui. Não me atrevo  a ir mais longe. Não quero olhar, nem de longe, esse Inferno de Dante que alguns preparam, com cuidado e requintes de sadismo.
Não prossigo esta reflexão tétrica, pois tenho esperança que esta denúncia poderá despertar a Lusofonia. Organizados e conscientes, desmantelaremos esta trama trágica e desumana.
Preservar a própria história e a integridade do próprio país é dever de todo cidadão.

12. Aos céticos ou crédulos eu pergunto: alguém já interpelou política ou juridicamente os proponentes deste descalabro, principalmente  o proponente da invasiva “geolingua” ?!
Ou ele disse o que muitos querem fazer mas não têm a  estupidez de verbalizar?!
Já viram quem está “apoiando” esta proposta absurda?!
Quem não retirar publicamente o apoio  que deu, passa a ser cúmplice e inimigo de Portugal e da Língua Portuguesa.

Quem são os cúmplices de tudo isto?!
Quem são os manifestos opositores da Lusofonia?! Quantos são?! Que credibilidade têm?!
Por que os agentes responsáveis pela segurança e melhoria da nação não se manifestam?!
O que esperam?!

Onde estão as nossas Forças Armadas?
Onde estão os nossos representantes da AR?
Onde estão as milhares de Associações  sócio-culturais espalhadas pelo mundo?

Enquanto não houver uma organização forte, pela cultura e pela defesa da Lusofonia, contrapondo-se, orgulhosos, a todos os planos que há anos se articulam contra a soberania da nação, em todas as organizações cívicas dos países lusófonos, a bandeira nacional deveria ser hasteada a meio pau, uma vez por semana.
Precisamos estudar bem a questão, antes de falar sobre ela.
É bem sabido que o “maior inimigo de uma causa é um mau defensor”.
Anexos

ANEXO 1
HORRORES DOS ESPANHÓIS
NAS AMÉRICAS

 Leia, um pequeno tópico de um relato de Las Casas:

“Os espanhóis arremessaram-se sobre os índios, no mesmo instante em que os conheceram, como lobos, leões e tigres cruéis, há muito tempo esfomeados. De quarenta anos para cá, e ainda hoje em dia, outra coisa não fazem ali senão despedaçar, matar,  afligir, atormentar e destruir esse povo por estranhas crueldades (...)” p. 34 e 35

“Podemos atestar, como certo e firme, que nos últimos 40 anos foram mortos, pela tirania e infernal ação dos espanhóis cristãos, injusta e tirana, mais de 12 milhões  de pessoas, homens, mulheres e crianças. Na verdade creio e penso, sem exagero, que morreram mais de 15 milhões de pessoas”.

Um pouco adiante, o A. fala de uma “guerra injusta, cruel, tirânica e sangrenta” p. 36

“Os espanhóis, com seus cavalos, suas espadas e lanças, começaram a praticar crueldades estranhas.
Entravam nas vilas, nos burgos e nas aldeias e não poupavam nem crianças, nem velhos, nem mulheres grávidas e parturientes  e lhes  abriam o ventre e as faziam em pedaços, como se estivessem golpeando cordeiros confinados num redil.” p.38

O texto prossegue, contando atrocidades e crueldades inimagináveis, que provocam arrepios no leitor, só de ler. Frei Bartolomeu foi, em muitos casos, testemunho ocular:
“Eu vi”, repete diversas vezes.
Os textos citados eu os recolhi no livro: LAS CASAS, Bartolomeu. Brevíssima relación de la destrucción de las Índias. EUDEB, 1966.

ANEXO 2
HORRORES DA INQUISIÇÃO DE LIMA – PERU

            “A cada ano aumentava a prevenção contra os portugueses (não pouco contribuindo para isso  o Santo Ofício) até que, tendo eles dirigido uma representação, em 1646, à Audiência Real, o vice-rei ordenou que se apresentassem, portando as armas de que dispunham e abandonassem  em seguida o país. Mais de  seis mil portugueses se apresentaram e conseguiram a revogação do mandato mediante polpudo donativo em dinheiro (...) Na Memória ou Relação de Governo do Marquês de Mancera, documento interessantíssimo que existiu  inédito na seção de manuscritos da  Biblioteca de Lima, evidencia-se que o rigor contra os portugueses devia-se, mais do que a razões religiosas, à suspeita política e inveja, por vê-los prosperar, no comércio e mineração, com vantagens sobre os nascidos na Espanha.”
            PALMA, Ricardo. Anais da Inquisição de Lima. São Paulo: Editora Universidade de São Paulo: Giordano, 1992

[Em Construção]

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