segunda-feira, julho 6

Colonização Portuguesa em Equação

COLONIZAÇÃO PORTUGUESA NO MUNDO - I
MÉRITOS OU DEMÉRITOS DE UMA EPOPÉIA


(A Propósito de comentário do Companheiro Alonso e um parecer meu, ao Conselho Consultivo do Movimento Internacional Lusófono - MIL)


1.    Um Tema Fora de Lugar

Entrar no mérito da colonização, não é lugar adequado, em círculo fechado de duas dezenas de Conselheiros. É assunto muito complexo. É uma questão muito importante e pesada, para espaço tão restrito. Mas não posso me calar, ante o desafio.
Já que alguém insistiu no argumento, preciso comentá-lo, para não se pensar que fugi da raia ou consenti, ao me omitir.
Retomarei o assunto, em artigo próximo. Este é um assunto candente, para mim.
Esta é um questão séria, essencial para a Lusofonia. É preciso pôr os pingos nos is.
Quero dizer algumas palavras sobre o comentário dos companheiros, não para fechar a questão mas apenas para lançar alguma luz e expandir o diálogo.

            Considero o debate responsável sempre sadio. Há um certo açodamento que incomoda, mas faz parte do jogo democrático.
Sobre a questão principal em pauta, já disse, com lealdade, o que tinha a dizer. No entanto, este assunto paralelo surgiu e deve ser ampliado e ajustado.  
Sei que o pior inimigo de uma demanda é o mau defensor. Espero não ser tão  mau que não eleve o nível do tema. Vou, ao menos, tentar.

2.    Um Texto Fora de Lugar
Vamos aos comentários do companheiro Alonso:
            Concordo apenas com um pequeno trecho óbvio do comentário. “O colonialismo europeu existiu...” O resto do que disse, são clichês (!) de quem não leu mais que algum manual que repete outros clichês, na  minha opinião.
            “Devemos admitir”, diz você. Mas quem nega?! Portugal não tem  porque negar sua obra colonizadora!
            Mas não queiramos ver nela obra de “santos”!! Seria descabido. Eram homens empreendedores que tinham caráter e uma ética (com as costumeiras exceções).
            Jaime Cortesão, um intelectual insuspeito, responde a esta questão, com grande maestria. Se alguém não quiser me ouvir, ouça Cortesão.
            A honra de um país, como das pessoas, é questão com que não se brinca.
            Não podemos nunca comparar os processos de colonização portuguesa com a colonização espanhola ou inglesa ou holandesa. Também não podemos julgar o processo de colonização portuguesa pelo de outras. Conteste quem quiser; não terá respaldo nos fatos. Servir-se de clichês em assunto tão sério, é arriscar-se.
            Portugal não tem porque negar sua obra de colonização. Para nós portugueses, a colonização não é desonra. Muito pelo contrário. Mas é preciso conhecê-la e compreendê-la. Precisamos deixar de repetir opiniões viciadas. Foi o que fez, por exemplo, Jaime Cortesão: foi às fontes.

            Minha posição, bem consolidada e documentada, segue rumo radicalmente oposto ao do companheiro comentarista.
Neste sentido temos bibliografia bem ampla.
Proponho: consulte a obra de um cientista e humanista da maior credibilidade, Jaime Cortesão. Leia Gilberto Freire. Quase basta. Mas há muitos outros mestres...

Até uns 35 anos atrás, minhas ideias, sobre este tema da história, também eram bem precárias, como hoje, no rumo da moda do malho. Até que descobri outros autores, que me abriram os olhos para outros parâmetros e fiz minhas descobertas, que não são minhas... Apenas tomei como compromisso, divulgar essas ideias documentadas, e a bibliografia de sustentação.
Também neste contexto, a verdade nos liberta de muitos preconceitos e injustiças.
           
3.    Complexo de Culpa Míope

            Há alguns portugueses e brasileiros que também seguem o rumo do autodenuncismo. Aí entra um tremendo e babaca Complexo de Culpa. Uma tal de “meia culpa” absurda (?!), vem de contra-peso.
Não queiram colar, à imagem de Portugal, a pecha de “coitadinho”! Não cola!
            Em vez de glorificarem a obra de seus  antepassados, pelo que realizaram, denunciam-os e denunciam-se. Agem como Madalena arrependida, e assumem todos os pecados do mundo. Que desperdício... Arrependimento do quê, cara pálida?! Que fizeste tu?!

            Que se penitenciem pelos erros pessoais que cometem, (todos os cometemos), mas não se penitenciem pelos pseudo-erros de seus antepassados. Isto é muita pequenez de espírito que lhes impuseram artificialmente na mente, através dos meios de comunicação manipulados contra a nação por mentes estrangeiradas e manipuladoras.
Não tem sentido. Quem mais lhes pôs isso na cabeça?! Não o revelo aqui.
            Em qualquer hipótese, nós não estávamos lá. Não temos essas contas para pagar.

4.    Olhar Estrangeiro Inadequado

            E não queiram dar lições ao Brasil, com esse olhar estrangeiro estrábico! Que eles entendem da alma da história do Brasil? Nada, nada. Quem dela entende tem outra atitude.
            O Brasil é talvez a obra máxima da colonização portuguesa. É um prodígio em termos mundiais.

            De que povo colonizado são certas pessoas para ter o direito de levantar a mão e a voz contra Portugal? É pura atitude política oportunista? O argumento do companheiro distorce o foco da realidade. São brasileiros, argentinos, americanos ou europeus, descendentes de europeus. Não são colonizados. Apenas fazem teatro, para impressionar os incautos.
O problema nesse caso, não está nos povos colonizados, mas nos agitadores profissionais, semeadores de cizânia, que tudo fazem para “levar alguma vantagem a qualquer preço”. Os agitadores profissionais precisam se manter em evidência e arregimentar seus áulicos...
            De onde são os antepassados dessas pessoas?
O tema é desfocado. Não, não têm direito de injuriar, nem acusar ninguém. É simples hipocrisia retórica.
Quem quiser saber da atuação de outros, na América do Sul, leia Las Casas, leia os Anais da Inquisição de Lima, etc, etc. Aí terá muito para chorar... e denunciar e maldizer, se quiser. Aí os portugueses foram vítimas da truculência e da inveja dos potentados locais.
            A acusação que alguém quer defender não tem nada a ver com o confronto colonizado X colonizador. É puro jogo político discriminatório. Pura Retórica. É um direito dele?! Mas não nos pode obrigar a silenciar, menos ainda a concordar. Nem fazer de conta que não ouvimos o que dizem. Alguém precisa retrucar.
            Cada um tem as ideias que bem entende. Nada a opor. Ninguém é obrigado a nada. Cada um é responsável por suas opções e omissões.
Quem não está com a Lusofonia, não está conosco. Segui outro rumo. Mas que não nos faça perder tempo. Não se infiltre para nos perturbar.
           
5.    Falar do que não se Domina

            O companheiro comentarista também precisa conhecer e vivenciar um pouco mais a história de Portugal  e do Brasil, e a alma que a sustenta, para depois se manifestar como quiser, e assumir o impacto.
            Sobre este assunto fala-se muita asneira tendenciosa e discriminatória, às vezes ingênua...
            Para entender a alma da colonização de Portugal, leia Cortesão, leia Fernando Pessoa, leia Gilberto Freire, etc, etc.
Não podemos opinar, com base em clichês, montados para degradar as nações e bombardear a auto-estima das pessoas. Precisamos estudar antes de nos manifestar.
            Dogmatismos e clichês não cabem num blogue como este.

6.    Maledicência e Princípios

            Sei bem o que digo, mas cada um se posicione, como quiser, de acordo com os próprios princípios. Não esqueçamos que o “Nova Águia” tem também seus princípios a respeitar.
Esse vício de falar mal da história de Portugal  precisa acabar. É perda de tempo. É olhar-se no espelho e ver fantasmas. É jogar no lixo a auto-estima.

            Respeito todas as pessoas, mas que não  metam o bico, em assunto que não conhecem, por retórica, para repetir clichês e chavões “ao gosto” da platéia. Não lancem desonra onde ela não está. Não somos otários para calar. Não nos omitimos.

Termino dizendo:
            Cafajestes, pilantras, achacadores, malvados, criminosos e torturadores sempre os termos conosco. Estão por aí, em todas as sociedades de hoje e de sempre.
Estes perturbaram a colonização portuguesa, mas não a deslustraram, não lhe tiraram a grandeza. Outros lhes sucederão. Assim é, e assim foi em todos os tempos e em todas as civilizações, principalmente nas mais condescendentes...
            Destes diz Vieira: “Não me fio desta canalha.”
E olhe que Vieira os conheceu muito bem. “Esta canalha” trouxe-lhe muito sofrer.

7.    Ação de Portugal no Mundo, em Foco

Considero que o enfoque  da ação de Portugal no mundo é fundamental a qualquer movimento lusófono. Foi essa ação que gerou a lusofonia.
A mãe da lusofonia não é madrasta...
Voltarei a abordar essa questão
no: www.tribunalusofona.blogspot.com/dialogosrelevantes, onde poderei sugerir pequena bibliografia a quem estiver interessado.  Aguarde.

            De antemão, sugiro, previamente:  leia-se a obra de Jaime Cortesão, um dos Patronos da Lusofonia, publicada pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda. Cortesão é um dos intrépidos e “Guardiões da Pátria”, que, aliás, lhe foi madrasta, como soi acontecer.
            Cortesão é um homem absolutamente insuspeito e da máxima credibilidade internacional, como ser humano, como cientista e como historiador.

            Portugal deve ser honrado, pelo que fez no mundo. Não tem nada de que se desculpar. Desculpa? Que lhe peçam desculpa os que não estudam e não sabem o que falam, fazendo afirmações e insinuações gratuitas e grosseiras, às vezes imperdoáveis, a partir dos clichês da moda.
           
            JPeralta
Nota: Os princípios pelos quais me oriento são do “Movimento Pacto Lusófono Mundial” – PLM, publicados no  www.portaldalusofonia.com.br/pactoprincipios.html 


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