sexta-feira, novembro 27

Restaurar Portugal




- RESTAURAR PORTUGAL-


AS FORÇAS MATRICIAIS DA NAÇÃO
[Salve 1º de Dezembro de 1640/2010]

J. Jorge Peralta

         1. Depois de escrever “FARSA DOS CRAVOS VERMELHOS”, ainda meio atônito, com o panorama descortinado, senti, um novo desafio, no meu psiquismo, necessidade de realçar as forças matriciais da nação: as ideias-força que deram vida e vigor à nacionalidade. Nasceu o “RESTAURAR PORTUGAL”. Veio a calhar. Neste ano celebramos 350 anos da Restauração, por D. João IV e 100 anos de República.
         Precisamos articular as duas comemorações.

         2. Enfim, Portugal é a primeira nação dos tempos modernos, fundada em nova correlação de forças, dentro dos ideais humanísticos dos Templários com decisivo apoio dos cistercienses, franciscanos e outras ordens monásticas, no início do século XII.
         As ideias foram se articulando, em minha mente, até encontrarem seu Norte.
         Pensei na imensa plêiade de homens e mulheres que construíram esta nação, tão especial, em suas ideias fundadoras e em todos que mantiveram aceso e multiplicados os ideais dos nossos ancestrais, que hoje mantemos sempre renovados e revitalizados.
         Veio-me em minha mente a referência paradigmática que, aos nossos heróicos ancestrais, faz o Hino Nacional:

“Ó Pátria! Sente-se a voz
Dos teus egrégios avós,
Que há de guiar-te à vitória!”

         Pus então, na boca de um anônimo antepassado:
O espírito de Portugal, não se perderá jamais. Ele está gravado em pedra, no ar, no mar e no psiquismo coletivo da nação”.
         Por incrível que pareça, a nossa “geração à deriva” desaprendeu a respeitar os nossos ancestrais, como se o país não tivesse história: as novas gerações já despertam para novas descobertas que alguém lhes ocultou.

         3. O que divulgamos aqui, num enredo muito simples, é um presumível “Concílio de nossos Sábios Ancestrais”.
       Vieram tomar posição firme contra a tentativa de anexar Portugal à Espanha, sob o tacão de Madri, camuflado com o nome de União Ibérica, pulverizado por mais de novecentos anos de histórias e glórias de um pequeno mas grande, honroso e rico país. Vieram dar pleno apoio à “União Lusófona de Nações Soberanas”.
         Este é o enredo da ópera. Leia e verá os seus olhos brilharem com mais luz!
         Nossos Ancestrais são um livro aberto. Têm muito a nos contar.

        4. Em foco, nos textos desta série, está o realce à soberania e ao potencial de Portugal, como uma nação de muitas grandezas, se se assumir como é: a matriz da lusofonia, miscigenada e pelos quatro cantos do mundo repartida, mas unida pelo espírito e alma que tudo dinamiza.
         Portugal, sem prepotências, está no centro da lusofonia, que busca as forças de sua unidade, articulada em grande e enriquecedora multiplicidade. A matriz da lusofonia precisa ser honrada, sem arrogâncias ou prepotências, descabidas sempre...
         O Espírito democrático que preside às relações entre os povos lusófonos pode levar à presidência do nosso país um branco, um negro, ou um mulato, sem qualquer constrangimento. É questão apenas de consciência, competência e mérito. Afinal, também Portugal, hoje, é um país miscigenado, biológica e culturalmente. As pessoas medem-se pelos próprios méritos: democracia deveria ser meritocrática...

         5. A Lusofonia, em sua realidade múltipla, é mais que uma União ou Federação de países soberanos mas solidários: é uma nova civilização que fortalece o bem-estar, a prosperidade da humanidade, em perspectivas mais humanitárias e solidárias.
         Portugal, no entanto, precisa saber superar esta fase de conspirações, que vai amortizando a alma audaz da nação.
          A satanização de Portugal, de sua alma e de sua história, e a grande mistificação que alguns armaram para dominar a nação, precisam retomar o lugar que lhes cabe, para que a nação seja libertada em sua essência e real grandeza, sem romantismos balofos.
         Restaurar Portugal deve ser a nova voz de comando, em toda a nação e em toda a lusofonia.

Nota: Esta é uma peça de ficção.
Simulei o enredo, mas fui fiel à Mensagem.
(O presente texto foi escrito no final de novembro de 2009)
JP.


OS ARAUTOS DA ESPERANÇA

“CONCÍLIO DOS SÁBIOS ANCESTRAIS”


1. DESTINOS MARCADOS – EXÓRDIO
As Ideias - Força



Peregrinei por caminhos distantes da intuição,
pelos cinco continentes ,
para detectar as ideias-força dos laços e alianças
que entrelaçam a pujante Lusofonia.
Segui por caminhos e atalhos
e todos os acessos se me escancararam, hospitaleiros.

Todos são unânimes, na missão cívica de Portugal,
e no alto projeto que desabrocha e ao mundo se impõem:
A União Lusófona de Povos Soberanos
para apoio e auxílio mútuo.
Com base na lealdade, justiça e solidariedade,
na busca da prosperidade e
bem-estar das nações, com auto-sustentabilidade
procurei formular as ideias-força da nacionalidade.

Sei que precisamos descartar os entraves eventuais,
que perturbam a natural aliança lusófona mundial,
e fortalecer os princípios permanentes que a sustentam.
Conclui que, para o mundo,
Portugal é mais que um país;
é uma Civilização.

Pensei, pensei e pesquisei,
descendo pelos desvãos da minha imaginação
até detectar o “novo fio de Ariadne”,
que me conduziu, por um enredo de ficção
às forças gestoras e energizadoras da nação.

As nuvens se dissiparam,
E o céu abriu um sorriso acolhedor,
que a todos contagiou e fez-lhes os olhos brilharem.
O rosto de todos se transformou...

Aqui chegado, num sobressalto,
senti meu coração iluminado
pelos grandes arautos desta nação,
por um solene evento inesperado,
articulando o sonho, com a realidade.


2. AS FORÇAS MATRICIAIS DA NAÇÃO

Enquanto consultava meus arquivos mentais,
senti o país inundado
pelas forças matriciais, que construíram
este monumento sagrado da humanidade;
que ergueram bem alto o nome de Portugal.

Provenientes de todos os cantos mais sagrados da nação,
todos se dirigem para Tomar,
convocados por Afonso Henriques e Gaudim Pais,
para um novo Concílio dos nossos Sábio Ancestrais.

Perguntei o que se passa de extraordinário,
o que nos trouxe de novo, do espaço celestial,
envoltos em mistério,
os grandes heróis, construtores de Portugal,
preocupados com os rumos incertos da nação,
se o país, em suas vidas, a quase todos foi ingrato!

Foi-me então mostrado que o essencial é a obra que fica
e não a dificuldade que se passa.
Quem resiste e triunfa, esquece a ingratidão!
Não sabe o que é vingança! Só cultiva a esperança!
Os perseguidores todos fenecem! A justiça se faz implacável!

Lembrei-me então da benignidade gentil,
de nossos avós.
Então veio-me à lembrança
a mensagem do Hino Nacional:

“Ó Pátria! Sente-se a voz
de teus egrégios avós,
Que há de guiar-te à vitória!”

3. ESPERANÇA DE PORTUGAL
A Missão dos Sábios Ancestrais

Os nossos Sábios Ancestrais
vieram nos visitar,
com uma missão muito especial.
A convocação dizia a razão do Concílio:
“Como em 1640,
precisamos libertar a nação, de Castela e de seus lacaios.
Precisamos energizar a alma nacional!
Assim fizemos, em 1138, 1385, 1640 e 1928.
Aqui viemos, para alertar Portugal,
da periclitante situação, com muitas conspirações.

O espírito da nação precisa rejuvenescer,
no coração das novas gerações,
enganadas, obscurecidas e subornadas,
por promessas vãs
e falsas miragens.
“Ó Portugal, hoje és nevoeiro!!”
Exclamaria Pessoa!
A nação precisa recuperar o seu sorriso franco,
confiante e transformador!

Grande questão, à consideração de todos:
A NOVA RESTAURAÇÃO.
Como restaurar o espírito de Portugal,
no coração de toda essa gente,
sem direção, sem rumo certo?

Como levar ao coração e à mente de toda a gente,
aos estudantes, professores e políticos,
aos artistas e aos comunicadores,
as forças matriciais que geraram e fortificaram de sabedoria
esta grande e esplêndida nação?”

Preocupado perguntei:
Se as forças matriciais se puderem perder,perder-se Portugal?!
Não, não! Jamais, me responderam.
O espírito de Portugal
está gravado em pedra, no ar e no mar e nos corações.
Nunca se perderá.
Mesmo dormente,
alguém sempre o virá reacender.
O espírito da nação é uma força imortal!
Mas que a confiança não afrouxe a vigilância!

4. A VOZ DOS SÁBIOS

Com a palavra, CAMÕES, a Voz da Nação.
Voltou a exaltar a alma do povo.
Repetiu que não sabe
“se melhor é ser rei do mundo, se de tal gente”,
excluídos os traiçoeiros de sempre!

Disse o nosso Poeta máximo, que o momento lhe lembrava,
o ano de mil quinhentos e setenta e oito
quando a Espanha tramava, pesado, contra Portugal.
semeando terror, comprando apoio, com chantagens,
e alimentando conspirações, pagando traições,
comprando alguns canalhas, que, no País, o inimigo apoiavam.

Camões reiterou que confia no povo...
Lastimou que os bons e abnegados professores
já não sabem mostrar, às novas gerações,
a alma e o coração do seu país.
A alma da história de Portugal
foi-lhes ocultada,
e assim eles a passam adiante...
desestruturada.

Repassam uma história envenenada, falseada,
numa idade de trevas...
Circo e pão, para driblar a traição!
Conclamou os formadores de opinião
a colaborarem, com carinho e prudência,
na formação dos Mestres e no reconhecimento da nação.

P. Antônio Vieira, outro grande cantor
das sagas sagradas da nação,
em alguns de seus Sermões Monumentais,
apelou também aos professores e comunicadores
e a todos os formadores de opinião,
para que procurem conhecer melhor
a força fantástica dos construtores de Portugal,
a começar pelos abnegados Templários.

Falou dos ideais do 5º Império e do futuro do País.
É preciso voltar a ensinar a Portugalidade, concluiu.
É preciso redescobrir a História de Portugal!
Descortinar a História que nos ocultaram!
Recomendou a leitura de dois Sermões de Santo Antônio
que elaborou, em Roma, em 1670/71.

Com a palavra Gaudim Pais,
primeiro Grão-Mestre dos Templários, em Portugal,
com sede em Tomar, no século XII,
conclamou a nação
a reavivar o ideal
dos Templários e da Ordem de Cristo, sua sucessora,
rumo à Fraternidade Lusófona Universal,
compartilhando o pão do saber e a solidariedade.
Sem estudar a história dos Templários e seus ideais,
não se conhece a História de Portugal, esclareceu.

Apoiando Camões, Vieira e os Templários,
o Condestável Nuno Álvares, de espada em riste,
em nome de todos, fez o grande juramento,
a que não tive acesso... mas posso imaginar...
Ele está escrito no psiquismo coletivo da nação.
O “Grito de Guerra”:
“PORTUGAL, SEMPRE PORTUGAL”

Com isto, todos rejeitaram, liminarmente,
a fórmula pretendida de União Ibérica,
sabendo que esta é uma cilada sem futuro,
para implantar a bem conhecida Opressão Ibérica,
sob o castelhano tacão.
Enfim, questão descartada.
Viável e necessária a União Cultural de todos os povos Ibéricos:
Catalão, Português, Castelhano, Basco, Galego
e todos os demais, em pé de igualdade.
Mas recomenda-se que fiquemos de prontidão...

Todos simpatizaram, com a ideia luminosa
da “UNIÃO LUSÓFONA”, a caminho da Federação.
Esta sim, esta tem futuro promissor:
A União Lusófona de Povos Soberanos.
Fechando a colonização, em rumo inverso.
Somando e articulando
forças diversificadas.
Multiplicar e somar, sem dividir, é a senha.

5. A LIÇÃO DE CASA

Muito pouco me foi permitido registrar
do Concílio dos Ancestrais.
No mundo dos mortais
querer se chegar aos imortais,
é inconcebível pretensão.
Apenas captei as forças matriciais,
por osmose e pelas energias que irradiavam...

No entanto me foi permitido olhar de longe,
para que pudesse levar uma mensagem de esperança
a todas as nações lusófonas, ao povo, aos políticos conscientes
e a todos os formadores de opinião.

Do que vi dou testemunho:
nossos sábios ancestrais,
produzidos pela nação nos últimos novecentos anos,
eram uma multidão, a maioria gente anônima,
mas todos sábios geniais;
gente simples, sem arrogância nem presunção.

Aprendi que a genialidade não vem da linhagem,nem do berço
mas da mente, do coração e da coragem.

Todos ouviram atentos
os grandes Arautos da nacionalidade
e sua convicta exaltação a Portugal...
Uma fantástica lição
que precisa ecoar de geração em geração.
Nossos sábios Ancestrais são lições vivas originais.

6. MENSAGEM GRAVADA
NO ESPÍRITO COLETIVO DA NACIONALIDADE

Cada um dos sábios contou o que viu, viveu e pressentiu
e como foi talhada a identidade e o espírito da nação,
desde os alicerces, fincados em Guimarães e Coimbra,
por Afonso Henriques, grande patriarca da Nacionalidade.

Durou sete dias o Concílio dos Sábios Ancestrais.
Nada escreveram,
nem Recomendações, nem Conclusões, nem Manifesto.
Tudo guardaram no coração,
Tudo registraram no psiquismo coletivo da nacionalidade.

Ao voltar ao Paraíso, tudo iriam relatar ao Senhor da Criação
e ao guerreiro, S. Miguel Arcanjo, que protege nossa nação,
para que a Portugal mandassem algumas legiões celestes,
com saber e ousadia,
e com estratégia eficaz,
para fortificar os novos rumos de toda a Lusofonia,
os crápulas descartar e inimigos isolar!
Nunca os argumentos opostos deixemos de observar!

Todos ao final, reunidos em grupos ocasionais, descontraídos,
falavam com entusiasmo e alegremente,
deste país monumento, desta terra de missão.

Chegado a bom e auspicioso final,
dou por terminada esta reportagem-ficção.

Gente! Como é prazeroso, falar com convicção,
das coisas boas do passado e dele tirar boas lições.

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