FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA DA LÍNGUA, GEOLÍNGUA
... a língua de comunicação
entre todos os povos.
Uma realidade para o Futuro...
GEOLÍNGUA, foi o nome adoptado para designar uma nova língua portuguesa dos oito países que a praticarão, a fim de evitar as "línguas paralelas", tais como: a língua angolana, brasileira,
cabo-verdiana, guineense, moçambicana, são-tomense e timorense; que não são as oficiais.
Contudo este "português" não será exactamente igual àquele que conhecemos hoje em dia, sofrerá algumas transformações mediante um acordo ortográfico realizado entre os países de língua oficial portuguesa (Angola, Brasil, Cabo-Verde, Guiné, Moçambique, São-Tumé
e Timor), que a Fundação visa promover, sem excluir as entidades que actuam a esse nível. Ou seja, a nova versão da Língua Portuguesa
chamar-se-á Geolíngua.
A feliz escolha desta designação não foi de modo algum feita levianamente. A palavra resulta da junção de Geo (do grego. geo, "terra") que significa elemento de formação de palavras que
exprime a ideia de terra; com Língua (do lat. Língua) referente ao conjunto de palavras e expressões usadas por um povo, por uma nação, e ao conjunto de regras da sua gramática. Só isto, quase que basta para sintetizar a meta a que esta "Geolíngua" se propõe conquistar.
Na realidade, este "novo" idioma (contínuo de variedades linguísticas que, por razões culturais, políticas, históricas, geográficas, é considerado como entidade única que delimita uma
comunidade linguística; linguagem de uma nação, considerada nos seus caracteres especiais; língua; dialecto; expressão), pretende ser usado por todo o mundo, enquanto segunda língua dos vários países, para que a comunicação e o diálogo entre todos, deixe de ser aquilo
que é hoje em dia...
Existem hoje no mundo mais de 6000 idiomas, sendo que apenas um grupo de dez é falado como primeira ou segunda língua por mais da metade da população mundial, são elas: Chinês, Inglês, Hindi, Espanhol, Português, Russo, Árabe, Bengali, Indonésio e Alemão.
(Fonte: Sidney Culbert University of Washington, Seattle)
Existem também algumas línguas que se assumem como universais mas que na verdade não o são... Veja-se o caso do Inglês, se juntarmos os falantes de Português (217.224) e Espanhol (378.170) o total (595.394) será superior aos anglófonos (508.000). Daí que uma aliança de mútua colaboração entre os países Iberófonos seja tão importante para o arranque da Geolíngua, tirando partido de uma parceria estratégica e do facto de se conseguirem entender nas suas línguas maternas.
Porém, a Geolíngua não é a primeira tentativa de se encontrar uma língua universal, que sirva a todos equitativamente, outrora existiram algumas tentativas de Línguas Artificiais, algumas das
quais enunciaremos.
Comecemos então por uma breve definição de Língua Artificial: "Esta é concebida por um indivíduo, ou grupo, com o fim de solucionar os problemas de comunicação entre os povos, e que, portanto, não tem falantes nativos, nem surge espontaneamente numa situação bilingue; língua auxiliar de comunicação; língua não-natural."
As mais antigas de que se tem conhecimento datam do século XVII, época em que o latim começou a perder o seu papel de meio de comunicação universal no Ocidente. Latim [Do lat. latine, 'em língua latina'.] - Língua indo-européia do grupo itálico, primitivamente falada no Lácio, antiga região da Itália, e, paulatinamente, em todo o império romano, e cuja existência está documentada desde o século. VI a.C.
Línguas Artificiais criadas no Ocidente:
SOLRESSOL - [De sol2 + ré3 + sol2 (notas musicais).]
- Língua auxiliar de comunicação criada pelo músico francês Jean Francis Sudre no início do séc. XIX, e cujo vocabulário era constituído apenas pelas sete notas musicais, combinadas ou não, o que lhe permitia ser falada, cantada ou assobiada.
VOLAPUQUE - [Do volapuque Volapük < vol, 'mundo', + pük, 'língua'.]
- Língua auxiliar de comunicação internacional, lançada em 1879 pelo alemão Mons. Johann Martin Schleyer.
ESPERANTO - [Do pseudónimo Esperanto, do Dr. L. L. Zamenhof (1859 -
1917).]
- Língua auxiliar de comunicação internacional, elaborada pelo médico judeu-polonês Ludwig Lazar Zamenhof, e por ele divulgada em 1887.
INTERLÍNGUA
- [Do it. interligar.]
1 - Língua auxiliar de comunicação criada em 1903 por Giuseppe Piano, também conhecida como Latino Sine Flexione, que toma o latim,
retiradas as flexões, como base da gramática e do vocabulário.
2 - Língua auxiliar de comunicação criada em 1951 pela International Auxiliary Linguagem Association, cuja gramática toma por base as
línguas românicas, e o vocabulário, as línguas da Europa ocidental.
IDO - [Do esperanto ido,'derivado de'.]
- Língua auxiliar de comunicação, criada em 1907 por Louis de Beaufront e que consiste
numa versão modificada do esperanto.
OCIDENTAL - [Do lat. occidentale.]
- Língua auxiliar de comunicação baseada nas línguas românicas, criada em 1922 por Edgard von Wahl
NOVIAL - [De nov(i)- + -all, term. de internacional.]
- Língua auxiliar de comunicação criada em 1928 por Otto Jespersen (1860-1945), que se baseia em outras duas: o ido, no que diz respeito ao vocabulário, e o ocidental, em relação à gramática.
INTERGLOSSA - [De inter(nacional) + -glossa.]
- Plano de língua internacional, publicado em 1943 (em livro com aquele título) pelo biologista inglês Lancelot Hogben.
Fonte: Dicionário Aurélio - Século XXI
A Fundação Geolíngua assume perante todos o desejo de tornar a Geolíngua na nova Língua da Globalização. MAS, não como uma língua artificial! Na verdade, a Geolíngua já existe há muitos séculos...a base é o latim, a história evolutiva é a da popularização diaspórica do idioma latino clássico na península ibérica e daí para as Américas, África e Ásia ... estamos a falar da Língua Portuguesa.
A razão de ser esta a língua e não outra, não é por puro sentimentalismo, mas sim porque quando analisada a sua essência e estrutura, verificamos que de todas é a mais adequada. A sua estrutura gramatical permite ao seu utilizador entender 90% do espanhol, 50% do italiano e 30% do francês, o que eleva a comunicação em português a um estatuto de diálogo mais completo e eficiente, existente entre todas as línguas do mundo. Por exemplo, a língua portuguesa possui um sistema fonético vocálico de 12 entidades composto por 7 fonemas orais e 5 nasais, comparado ao sistema de cinco fonemas unicamente orais do espanhol, o que nos permite entender bastante o espanhol. Além disso, existem inúmeros ditongos e tritongos em português que não existem em espanhol.
Acresce-se o facto de que existe uma comunidade Iberófona de 595.394 milhões de falantes. É importante que os órgãos de Comunicação Social destaquem, com o merecido valor: "O pague 1 leve 2 e meio" (90% do Espanhol, 50% do Italiano e 30% do Francês), característica esta que só o português possui, entre todas as línguas do mundo.
É necessário também, sensibilizar todos os países monoglotas para a importância do bilinguismo (língua materna e Geolíngua), pois serão os primeiros a obter significativas vantagens para comunicarem com toda a América, a Península Ibérica, e a África Iberófona (países africanos que falam português e espanhol), para além de Timor, que possuem apenas 3 idiomas em que todos os cidadãos se comunicam sem dificuldades.
Assim, a Fundação Geolíngua propõe uma união de esforços com a língua espanhola, promovendo desta forma o bilinguismo entre ambas, ou seja, através do fortalecimento da Comunidade Iberófona, de uma forma natural e democrática. Estas duas línguas usufruem de uma cumplicidade extrema tanto na sua origem como evolução, apesar de ser facto assente que devido às características do português este entende melhor o espanhol do que o inverso.
A Geolíngua não pretende desprestigiar qualquer língua, visto que cada país tem e deve manter, como "número um" a sua língua materna.
O que se pretende é a Geolíngua como segunda língua, por factores geopolíticos, económicos e culturais. O propósito é mostrar ao mundo inteiro e, em particular aos lusófonos, algo especial existente na língua portuguesa: o elemento descodificador para com o espanhol, o italiano e o francês.
Num mundo cada vez mais bilingue e democrático, os monoglotas sentirão sérias dificuldades em subsistir, caso não acompanhem o papel da Geolíngua no processo de globalização.
É imprescindível que todos os Iberófonos se apercebam do valor real do seu património e que ao "acordarem", olhem para o mapa do mundo e verifiquem que metade do planeta fala, lê e escreve o português e o espanhol. A mais significativa das estratégias é sem dúvida alguma despertar e potencializar o cidadão Iberófono à Iberofonia. Quando se tomar consciência que será preciso apenas aprender a Geolíngua para comunicar com todo o continente Americano, Península Ibérica e África Iberófona, então aí sim, o futuro será risonho.
A GEOLÍNGUA irá sempre respeitar a língua materna de um país para que lhe seja dada o devido respeito por parte dos cidadãos, assim como o Grego na Grécia, o Inglês na Inglaterra, o Francês na França, o Italiano na Itália, o Mandarim na China, o Hindi na Índia, o Russo na Rússia, o Alemão na Alemanha, e assim por diante.
O objectivo mundial, de todos nós é a Paz. Como todos sabemos a paz é a ausência de conflito e este resolve-se, ou tenta resolver-se através do diálogo. Se o mundo dialogar através da Geolíngua, o problema em parte estará resolvido! 6 bilhões de pessoas não terão problemas de comunicação e, mais importante, conservarão a sua primeira língua, a materna.
A Geolíngua por ser a que permitirá o diálogo entre todos os povos do mundo, elevar-se-á ao estatuto de "Língua da Paz".
Após a leitura da Fundamentação desta língua - Geolíngua, a nova face da Língua Portuguesa para enfrentar os novos desafios da Globalização, encontram-se de seguida algumas opiniões de pessoas com relevância no mundo da literatura ...
"Se ter uma grande literatura fosse, por si só, suficiente para impor, não a mera sobrevivência, mas a vasta e duradoura sobrevivência de uma língua, o grego seria hoje a segunda língua da civilização. Mas nem sequer o latim, que também chegou a ser a
segunda língua da civilização, conseguiu manter a sua supremacia.
Para assegurar a sua permanência no futuro, a língua tem de ter algo mais do que uma grande literatura: ser dona de uma grande literatura é uma vantagem positiva, mas não efectiva, pois salvará a língua da morte, mas não garantirá a sua promoção na vida.
A primeira condição para uma ampla permanência de uma língua no futuro é a sua difusão natural, o que depende do simples factor físico do número de pessoas que a fala naturalmente. A segunda condição é a facilidade com que poderá ser aprendida; se o grego fosse fácil de aprender, todos nós teríamos, hoje, o grego como segunda língua. A terceira condição é que a língua terá de ser o mais flexível possível de modo a poder responder na íntegra, a todas as formas de expressão possíveis, e de consequentemente ser capaz de espelhar com fidelidade, através da tradução, a expressão de outras línguas e assim dispensar, do ponto de vista literário, a sua aprendizagem.
Ora, falando não só do presente, mas também do futuro imediato, na medida em que este possa ser considerado como factor de desenvolvimento das condições embrionárias do nosso tempo, só há três línguas com um futuro popular - o inglês (que já tem uma larga difusão), o espanhol e o português. São línguas faladas na América, e como Europa significa civilização europeia, a Europa tem-se radicado cada vez mais no continente ocidental. Assim línguas como o francês, o alemão e o italiano só poderão ser europeias: não têm poder imperial. Enquanto a Europa foi o mundo, estas dominaram, e triunfaram mesmo sobre as outras três, pois o inglês era insular e o espanhol e o português encontravam-se num dos seus extremos. Mas quando o mundo passou a ser o globo terrestre este cenário alterou-se.
"Será, portanto, numa destas três línguas que o futuro do futuro assentará."
Fernando Pessoa, A Língua Portuguesa - página 148
O Secretário Perpétuo da Academia Francesa - "Os Imortais", e actual Secretário Perpétuo Honorário, Maurice Druon, declarou em sessão solene aberta ao público, que se for organizada uma união entre as nações de língua portuguesa e espanhola, a latinidade pesará tanto quanto a Anglofonia. E destacou: "as grandes línguas se transformam em realidades geopolíticas e, talvez aí estejam as premissas de uma nova ordem mundial, tão ansiada."
Revista Brasil Europa - n.º 57 - Abril de 1997
Sites Relacionados:
Movimento da Defesa da Língua
Associação de Amizade Galiza Portugal
Irmandades da Fala da Galiza e Portugal
Associação Galega da Língua
Associação Cultural Alto Minho
Fundação Artábria
Reviravolta
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