quarta-feira, dezembro 16

Angolanos

ANGOLANOS

GENTE DEDICADA E DECIDIDA

J. Jorge Peralta




       Para muitos, pelo mundo afora, o Brasil continua ser Terra Desejada, o Paraíso Procurado, a Terra da Promissão, a Terra do Sonho.


       Sim, aqui é um país diferente; um país com uma alma diferente, com um espírito diferente, em nosso DNA cultural. Tirando a diferença da cultura, todos os povos são iguais.


       O que no Brasil faz a diferença é o espírito da Lusitanidade.


      A Lusitanidade, que com orgulho herdamos e enriquecemos, e que a todos encanta, foi produzido por longos milênios, na histórica Lusitânia, atual Portugal.


       É um espírito diferente que mexe e inunda a alma da gente.


       A Lusitanidade é coragem e competência; é raça; é força; é trabalho, solidariedade e criatividade; é tolerância, e muito mais... É também um amor místico ao nosso Torrão Natal.


       A Lusitanidade vai sendo enriquecida, por outras culturas de outros povos, que a ela junta suas novas e humanas vivências da história.


       No Brasil temos a Lusitanidade em expansão.


       Na África, nas Américas, na Ásia e na Europa também.


       Numa reportagem do jornal “Folha de São Paulo”, sobre os refugiados no país, vi como todos realçam algumas notas afinadas da Lusitanidade, de nossa gente.


       O espírito acolhedor, a esperança que aqui se irradia, a alegria contagiante, a hospitalidade, solidariedade e generosidade, o carinho profundo pela nação. Tudo isto está gravado no subconsciente coletivo do nosso povo.


       De um angolano, Yauery Cristóvão, escutei uma grande lição, que rescende Lusitanidade, pura e contagiante:


       “Vi como os brasileiros amam o Brasil e aprendi a pensar assim, só que em relação a Angola. Agora, a guerra lá acabou. Então, quando terminar os meus estudos, quero participar da construção do meu país”.


        A namorada brasileira o acompanhará, de volta à pátria, para ajudar a reconstruir uma grande nação. Angola merece...


       Vai Cristóvão, vai de volta para Angola. Mas estuda muito. Leva daqui todo o conhecimento que puderes. Teu País precisa de ti. Precisa de todos.


       Faz o teu país ser ele mesmo, humano, próspero e solidário, sem tantas marcas deletérias, viciadas, que outros lá tentarão implantar, só para tirarem vantagem, marginalizando a alma da nação, já tão abalada.


       Angola é, como o Brasil, um Paraíso a Descobrir, uma terra de esperança, uma terra de luz.


       Ouvi de outros, igual propósito. Não só de Angola, mas também de Moçambique, e de outras nações Lusófonas.


       Numa turma da USP, na Disciplina de Sociolinguística, estudava uma aluna de Moçambique, Sara Buendia, que me dizia preparar-se aqui para voltar ao seu país, onde participaria da sua reconstrução. Bonito... Que assim seja.  Todos só têm a ganhar: o País e a Humanidade.

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