terça-feira, março 16

Aventureiro dos sertões

AVENTUREIRO DOS SERTÕES
 NO SÉCULO XXI

J. Jorge Peralta
1. Dias atrás fui ao lançamento de um livro – “Cavalo Encilhado não Passa duas Vezes”. O lançamento foi na sede do Consulado Portuguêsem São Paulo. Um espaço convidativo e acolhedor: uma Casa Portuguesa. Evento muito prestigiado.
Autor do livro: Antônio Bacelar Carrelhas.
Conteúdo do livro: aventuras vividas pelo autor, pelos sertões da África e do Brasil, e ainda por outros países da América do sul.

2. Antônio Carrelhas é um sertanista nato, um andarilho por  índole e por convicção.
É um viajante e um aventureiro, que vê a natureza, com a simplicidade, o encanto e a ternura de quem acaba de nascer, abre os olhos e vê essas maravilhosas telas tridimensionais, ainda intactas e livres da fúria destruidora do homem, na era neoliberal que tudo devora.
A sua mais intensa fascinação está nas matas brasileiras, por onde viajou a convite do grande sertanista  do século XX, Orlando Vilas Boas, em viagem ao Xingu.

3. O seu maior sonho foi descobrir o Brasil profundo dos sertões, que visitou maravilhado. Andou por Tocantins, Bahia, Piauí, Maranhão, Rio Grande do Sul. Andou pela Patagônia, pela Cordilheira dos Andes, pelo Caminho Inca, etc...
Mas a sua mais demorada incursão foi ao Amazonas.
Fez a viagem de Pedro Teixeira, o grande Bandeirante português, do século XVII, no Norte do Brasil.
Subiu o rio Amazonas, da Foz, em Belém do Pará, a Iquitos, no Equador, acompanhando um navio de entregas de encomendas, rio acima.
Essas são as aventuras narradas no livro em apreço. Grandes aventuras.

4. Fiquei admirado da disposição desse homem, para se embrenhar em aventuras, à procura de outro mundo real, que quer ver e admirar com os próprios olhos, e que  parece estar a anos luz de distância do homem as cidades, motivo pelo qual muitos nem sonham da existência desse novo mundo misterioso dos Sertões Brasileiros.

5. Antonio Carrelha ainda sente correr em suas veias, o sangue heróico, aventureiro e venturoso dos homens que “deram  novos mundos ao mundo”
“E se mais mundos houvera, lá chegara”, como diz Camões.
São homens da estirpe de Gago Coutinho e Sacadura Cabral, bandeirantes de nossa navegação aérea, Antônio Carrelhas e outros que ainda preservam os desafios de aventuras prazerosas, e quase sempre também penosas.
Antônio Carrelhas é quase um dos últimos bandeirantes. Torcemos para que haja outros, seguindo-lhe o exemplo de coragem e abnegação.
Recentemente  tive notícias de dois jovens que subiram de barco até o Alto Purus, na Bolívia, seguindo as pegadas de outro bandeirante moderno, Euclides da Cunha.

A recomendação do andarilho dos nossos sertões:
“Se você tiver oportunidade de fazer uma viagem, ou algo que está entre seus sonhos. Faça-o. Deixe tudo e vá”.
“O cavalo encilhado não passa duas vezes”.
Não deixe as boas oportunidades escaparem por entre seus dedos indecisos. Decida-se.
O Espírito de aventura faz parte do sangue que corre nas veias de portugueses e brasileiros. Não deixe que se percam nossos sonhos.
Bem haja, Antônio Carrelhas, pelo estimulo e reavivamento do espírito de aventura que você ajudou a renovar, na mente das novas gerações.
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Nota: para saber mais  sobre:

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