sábado, dezembro 4

Os Desiludidos da União Ibérica

OS DESILUDIDOS DA UNIÃO IBÉRICA
Refutando Divisionismos Inglórios
(A propósito de notícias esparsas,
postadas  nos meios de comunicação)

J. Jorge Peralta

I – PRETENSÃO INGLÓRIA DO IBERISMO USURPADOR
1. Como é de esperar, embora inóquo, de quando em quando surgem, em cena, os frustrados da ex-futura União Ibérica. É uma estratégia  de batalha. Responder é estratégia de defesa. Não defesa é sinal de fraqueza.
Na geopolítica atual, inclusive na União Européia, não há lugar para tramar a “invasão” da soberania de outros povos, ainda que por vias oportunistas e camufladas...
Precisamos dar visibilidade e transparência às forças que se confrontam no espaço ibérico. Omitir-se é ... compactuar?!
É necessário, à partida, deixar esclarecidos os termos e seu significado: Quando se fala em União Ibérica, o que se prega é a impossível anexação de Portugal à Espanha, sob a tutela de Castela. Consequência: Portugal perderia sua identidade e a sua soberania. Por extensão, perderia a sua língua, a sua história e a sua cultura. Os grandes feitos portugueses passariam a ser espanhóis (o cúmulo da afronta).  Um escancarado estelionato cultural e político. Então, a pretendida  União Ibérica é traição. Não explicito outras consequências trágicas por serem degradantes só de as nomear.
Mire-se no exemplo trágico e sangrento de Olivença... e  o genocídio humano e cultural aí perpetrado. Não esqueçamos que a Pátria é o bem maior das pessoas. Atacar a Pátria de alguém é abrir uma guerra  inconsequente...
Não podemos deixar que silenciem ou abafem os gritos de milhares de homens, mulheres e crianças portuguesas vítimas de atrocidades e outras violências, até à morte, pelo motivo honroso de quererem viver em Olivença, sua própria terra natal, como portugueses, num espaço português criado  por seus pais e por seus antepassados. Se silenciarmos, as pedras gritarão... Honremos quem honra merece.
Olivença é terra de abomináveis martírios. É nossa terra mártir. Isso é passado?! Esqueçamos? É passado, mas não é passado. São irmãos da história. Estão lá... Hoje Olivença é outra?! Não, não é outra. Mudaram as pessoas. A História é viva.
 Ai do povo que esquecer a voz e a dor de seus mártires! Lembrá-los não é voltar ao passado, mas preparar-se para um futuro melhor, em que se presa a dignidade humana.
Olivença é terra portuguesa. Seus direitos foram assegurados em acordos internacionais, não respeitados pela Espanha. Portugal não pode se calar e ignorar direitos  de filhos seus... Quem não cumpre compromissos assumidos não merece crédito... Não resolve  dizer que, depois de 200 anos, é caso consumado e irreversível. Quem criou os impasses por todo esse tempo que os resolva. Direitos precisam ser respeitados...
Olivença é um claro paradigma do que a insensatez é capaz... Para saber mais, leia:

2. A convivência, a solidariedade e o entendimento dos povos deve ser alicerçada na justiça e nunca na subserviência imposta pela prepotência, ainda que camuflada. Os interesses de alguns não podem se sobrepor aos direitos da nação.
Não há paz sem respeito e sem coragem para clamar por justiça...
A missão de todo cidadão consciente é criar condições pela manutenção da paz e da prosperidade entre os povos.
Toda a discriminação é odiosa... A xenofobia, (a perseguição a outros povos) é atraso de vida...
A dimensão de tudo isto seria mais trágica ainda: a Espanha mira  na anexação de Portugal, para produzir o grande império espanófono, com a anexação e destruição sistemática do mundo lusófono. A primeira machadada seria na nossa língua, que Cervantes classifica como “a língua mais sonora que existe no mundo”.

3. Está na hora de a Espanha e Portugal fazerem um Pacto de respeito mútuo declarando a soberania de cada um, eterno e intocável: um pacto de  solidariedade, como bons vizinhos, respeitando, inclusive, a condição de lusófonos ao povo da Galiza, e seu direito constitucional de falar a Língua Galega que lhes é natural, e que liga indelebelmente a Portugal, como base existencial e genética, sem colidir com a condição de região autônoma da Espanha.
Espanha e Portugal jamais serão subalternos um do outro. Jamais. Hoje os países procuram parcerias de interesse mútuo. Pena que alguns não acreditam... e perdem as forças  em campos antagônicos, no  mesmo espaço.
As pessoas  que tramam tais desfechos deveriam saber que Portugal não é uma simples  questão  de poder político e econômico. Ser Português é, antes de tudo, um modo diferente de ser e de estar na vida e no mundo. Isto exige soberania política, econômica e cultural. Exige liberdade de ser e de pensar, na própria língua. Mas quem sabe, hoje, o que é, de fato ser Português?!
Alinhamos alguns conceitos sobre esta questão em
Para ler mais, clique: www.tribunalusofona.blogspot.com

II – RESPEITO À SOBERANIA DE CADA UM
4. Portugal é antes de tudo, um patrimônio imaterial da humanidade, não declarado. Tem dentro de si valores que outros povos exaltam e que os próprios portugueses  desconhecem. Sem ufanismos vazios, precisamos saber quem somos... Portugal é um ícone especial, no  mundo, por seus feitos e por suas belezas naturais.
Não sejamos ingênuos... Falar mal do seu país para elogiar o vizinho pode ser simplismo e até entreguismo...
Há pessoas que buscam benesses na Espanha, mediante  a venda  da própria  cidadania, tentam trocar  a cidadania “por um prato de lentilha”. Foi a estratégia de Saramago e outros artistas e políticos entreguistas, portugueses por acaso (?). Foi a estratégia do Conde Andeiro, de Miguel de Vasconcelos e de muitos outros.
A Espanha pode e deve  ser um bom e grande parceiro econômico e até cultural, desde que alguns não tentem, com argumentos surrados, abocanhar a nossa soberania de povo livre e independente. Que os espanhóis não se intrometam na lusofonia, como nós não nos intrometemos na Espanofonia. Respeito mútuo é a senha... Saibam todos que Portugal e os países lusófonos jamais abrirão  mão da União  dos Povos Lusófonos, que vai se consolidando no subconsciente coletivo.
A União Lusófona Mundial é uma  questão chave, num futuro próximo, dentro da geopolítica internacional multipolar. Os povos têm mais força quando negociam e dialogam em blocos econômicos, culturais e políticos. Este grande sonho dos povos lusófonos ninguém perturbará.

5. Nos trabalhos que desenvolvo, busco dar visibilidade e consciência cívica pela solidariedade e respeito mútuo entre os povos ibéricos, de modo especial Espanha e Portugal. Defendo o respeito mútuo à soberania intocável dos dois povos, cessando, de uma vez por todas, as veleidades de pugnar pela anexação de Portugal. Considero que tal pretensão fere o grande projeto internacional da União Lusófona, que será uma grande força, na articulação das nações em âmbito global, e a todos poderá trazer mais prosperidade, em  um paradigma mais  vital de convivência e solidariedade.
Nada impede que o bloco lusófono se articule com o bloco espanófono, num futuro que não está longe. Mas que sejam dois blocos autônomos,  com voz própria e com valores próprios, sem açambarcadores.

6. É de lastimar que alguns portugueses, diante das dificuldades que o país passa, em vez de levar ao poder pessoas honestas e de comportamento ético que queiram o bem da nação, sem usurparem os bens do povo, optam pela aventura mais arriscada, condenada por todo um passado de traições, acreditando em falácias. Alguns como apátridas...
Poderíamos dizer que são as “Viúvas do Iberismo” usurpador. Nós somos ibéricos, sim, mas com espaços soberanos múltiplos.  Iberismo não é espanholismo, como alguns confundem.  Confundir estes conceitos é entrar num labirinto sem saída. É arriscado.
Há um fascismo latente, disfarçado, e intolerável, em certos grupos de pressões, que precisam ser contestados...
Diria, simplificando, que ibéricos são todos os nascidos na Península Ibérica. Que uma região  não queira se apropriar do nome. Os Ibéricos precisam saber se respeitar fraternalmente, como irmãos, cada um com suas especificidades linguísticas e culturais. Aceitar a pluralidade. As pessoas  precisam  conhecer melhor a história e a alma de seu país.
Aos patriotas lembro um adágio antigo: o preço da paz é a eterna vigilância.
Efetivamente, o País está em crise econômica, em crise educacional e em crise cívica; em crise ética; mas não está em crise a sua identidade Nacional....
Leia mais: Iberismo Solidário é Possível?
http://tribunalusofona.blogspot.com/2010/12/iberismo-solidario-e-possivel.html

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