DILMA, UMA BRASILEIRA GENUÍNA
Perfil de uma Cidadã Audaz
José J. Peralta
I
UM PERFIL DE MULHER
1. A atual presidente do Brasil, Dilma Vana Roussef é uma brasileira genuína.
Nasceu em Belo Horizonte, em 1947, numa família de classe média alta. É filha de Dilma Jane Coimbra Silva, de uma tradicional família fluminense e de Pedro Roussef, um búlgaro radicado no Brasil e cidadão brasileiro. O Brasil foi sua pátria por opção.
Por estranho que pareça a imprensa nacional deu mais destaque aos antepassados búlgaros de Dilma, do que aos seus antepassados brasileiros. Isto é uma distorção absurda. É mentalidade capenga.
Por aqui não há como isolar Dilma. Nem sei a quem isto possa interessar. Dilma é 100% brasileira. A campanha acabou; desçamos ao mundo real.
Dilma tem, no seu DNA biológico, 50% brasileiro e 50% búlgaro.
No DNA cultural, Dilma tem, certamente, mais de 95% brasileiro, como a maioria absoluta dos intelectuais deste país.
Não é preciso ser petista ou dilmista para expor algumas linhas do perfil de alguém a quem foi entregue a gestão deste grande país, pelos próximos quatro anos.
2. Quem mais influiu na sua educação e no seu caráter foi certamente a sua mãe, com a sua brasilidade natural, a escola brasileira e a convivência brasileira. O pai faleceu quando ela ainda era adolescente, mas certamente cultivou nela a brasilidade, a alma brasileira, e os princípios de ética.
Dilma tem uma formação sólida, intelectual e moralmente. Podemos não concordar com ela; é uma mulher polêmica; mas esse é outro nível de cogitações. Tem qualidades inegáveis e invejáveis.
O pai, Pedro Roussef, foi engenheiro.
A mãe, Dilma Jane Coimbra Silva, é professora.
Sem dúvida tem DNA Luso-brasileiro, como grande parte dos brasileiros, por parte da mãe, com muito orgulho.
A Bulgária já forneceu a genealogia de Dilma, por parte do pai. Por que não pesquisar a sua genealogia, por parte da mãe, até a 7ª geração?
II
MOLDANDO O PERFIL DA GUERREIRA
3. Dilma tem formação legitimamente brasileira e de boa qualidade.
Estudou nas melhores escolas de Belo Horizonte. Em Uberaba teve uma infância confortável. Dilma é brasileiríssima. É uma cidadã da Lusofonia, a pátria da Língua Portuguesa, como disse Fernando Pessoa.
Diz-se que a educação de qualidade é passaporte do futuro. Para Dilma foi. Está comprovado. Educação de má qualidade serve de passaporte até à vila mais próxima.
A soberania e a prosperidade nacional se fazem com base na Educação de qualidade.
Diante disto, certas atitudes da imprensa são estranhas e repreensíveis.
Da senhora Mãe de Dilma, Profª Dilma Jane Coimbra Silva, quase ninguém conhece o nome, nem a fotografia, nem a sua genuína brasilidade. No entanto, ela ainda é viva e é um dos arrimos da filha. Após a morte do pai, a mãe seguiu sua missão de provedora e a inspiradora dos filhos.
Do pai de Dilma todos sabem o nome, a nacionalidade e já viram a foto do pai. Isto não é discriminação? Dilma não tem pai e mãe?! Ou só tem pai?! Ou alguém ainda rejeita Dilma pelo que fez, num passado distante? Isto não é odiosa discriminação? É necessário conhecer Dilma como ela é. É necessário dar-lhe um voto de confiança preliminar. Democracia também é isto.
4. Dilma engajou-se em questões políticas e nelas se envolveu, como muitos milhares de outros políticos, empresários e intelectuais atuais, então jovens como ela, e até bem mais velhos. Fez parte da decantada “geração de 68”, que deixou marcas indelébeis.
Esta “geração” foi às ruas cavar espaço para a Democracia, para a vida com dignidade. Certos ou incertos, eram ideais sedutores. Tirava a juventude de um certo conformismo estéril. Havia ideal, talvez aqui e ali destorcido. Podemos não concordar, com tudo o que aconteceu. É legítimo. Mas devemos respeitar. É passado.
Descontadas as tragédias inevitáveis, foi um movimento compreensível que envolveu muita gente lúcida. Havia diversificadas trincheiras. Não era uma ordem unida. Nunca foi.
Algumas pessoas pagaram pelo que não deviam. Pagaram por sua ousadia. São assim as revoluções. Passada a refrega, as pessoas superam os traumas e a vida continua, sem ressentimentos nem ódios. Tudo só vale a pena, quando a alma não é pequena. É preciso reconhecer o ponto de vista de cada um.
5. Mesmo discordando de algo, seja qual for o motivo, tomemos algumas atitudes democratas genuínas:
- Respeitemos a plena brasilidade de Dilma, tanto cultural, como biológica e cívica; ela é brasileira como os melhores;
- Respeitemos seu modo duro de governar, sem transigir com os aproveitadores, desde que seja justa e transparente;
- Demos um voto de confiança por um tempo suficiente para que ela ponha a casa em ordem e em andando, como se dá a todos os governos no Ocidente;
- Como em uma Democracia sadia, saibamos criticar com firmeza e justeza o que for criticável e os eventuais desvios de função.
São Paulo, 28 de Dezembro de 2010
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