sábado, setembro 26

VIII
UM PARADIGMA NA DIÁSPORA



16. Dos Portugueses, que emigraram para o Brasil, a maioria aqui se radica e por aqui fica, como no seu próprio chão. Noutros lugares pelos quatro cantos do mundo, não é diferente.
Vivem no Brasil, totalmente integrados, pessoal e profissionalmente.
Aqui falam a mesma língua de sua terra, e a terra de adoção, como sua consideram. Seu povo é também este povo. São construtores de civilização.
São plenamente brasileiros, sem deixarem de ser plenamente portugueses. (Com as exceções costumeiras, é claro)

Em Portugal têm suas raízes. Para esta terra se transplantam.
Dão sua contribuição efetiva ao desenvolvimento deste país, como se no seu estivessem..
Suas novas famílias, aqui implantadas e radicadas, cumprem a missão que de Portugal herdaram: Ajudar este país a ser um grande país, cívica e espiritualmente, com desenvolvimento científico, tecnológico, social e humano.
Militam algumas dezenas de anos, nas mais diferentes profissões, com atitudes de soma e multiplicação, enquanto as forças físicas o permitem. Não se acomodam.
Contribuem para deixar, no Brasil, um povo mais amante de sua terra, mais competente e mais solidário.

O português por toda a parte, aonde quer que vá, aí se radica e adapta, como se daí fosse originário. Vivencia a lição, que herdou, de seus ancestrais explícita nesta recomendação de nossas mães:

“À terra aonde fores ter, faz como vires fazer”
Seu vinho, seu azeite e seu bacalhau é prato de dia de festa, para rememorar seu torrão natal.
À sua terra natal, sempre estará ligado, pelo cordão umbilical, imaterial, que se mantém, como uma aliança imortal. Esta é a força que às suas origens sempre o chama, sem da nova terra de adoção arredar pé.

17. Termino com dois textos de Fernando Pessoa, onde ele nos incita a ousar, a sair de nós e ir além:
“Triste de quem vive em casa,
Contente com o seu lar,
Sem que um sonho, no erguer da asa,
Faça até mais rubra a brasa
Da lareira a abandonar”.

Diz-nos Pessoa que é sina do português e marca de coragem e ousadia ir para novas terras, formar novo lar.
Aqui, Pessoa nos convida à grandeza de coração e da mente: à plenitude:
“Para ser grande, sê inteiro: nada
Teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.
Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim em cada lago
A lua toda brilha, porque alta vive”
Este poema merece ser colocado num quadro em letras garrafais.

Nota: Este estudo segue as coordenadas e a Carta de Princípios
do Movimento Pacto Lusófono Mundial – PLM. Em:
http://www.portaldalusofonia.com.br/pactoprincipios.html

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