P. Antônio Vieira Patrono da Lusofonia

P. ANTÔNIO VIEIRA
PATRONO DA LUSOFONIA

"Vieira, o Imperador da Língua Portuguesa"
F. Pessoa
J. Jorge Peralta

.......1. Vieira nasceu em Lisboa, no dia 6 de fevereiro de 1608. Morreu, em salvador, Bahia, no dia 18 de julho de 1697, perto de completar 90 anos. Foi uma das inteligências mais brilhantes de seu tempo. Foi um homem enérgico, dinâmico e de uma versatilidade espantosa.
......Vieira tem lugar cativo entre os 100 maiores engenhos humanos produzidos pela humanidade. Só não está ainda entre os 100 porque não o livraram ainda dos inimigos que o difamaram. Isso, porém, não o diminui; antes, diminui os críticos...
.....Foi um homem plural, em suas competências e em suas ações. Foi um incondicional defensor dos direitos humanos. Defendeu a liberdade dos índios, dos negros e dos judeus, em campos bem diversificados.
......Porque contrariou interesses de alguns poderosos do seu tempo, de caráter volúvel, foi perseguido de muitas formas e preso e condenado pela terrível Inquisição. O Papa o inocentou.
......Um de seus mais notórios calcanhares de Aquiles foi a luta pela soberania de Portugal, contra os espanhóis e portugueses espanholistas infiltrados no governo, em diversas instâncias do poder, inclusive na corte e no Tribunal da Inquisição.
......Combateram-no os partidários da União Ibérica, que estavam em busca de mais vantagens pessoais, com prejuízo do seu país. Vieira veementemente, opôs-se a essa traição.
.......Vieira quis manter o mundo da lusofonia, nos quatro cantos do mundo.
.......“O P. Antônio Vieira merecia da pátria, em cada terra, uma estátua”, diz o seu grande biógrafo, André de Barros, em 1746.

......2. Opiniões de especialistas, sobre Vieira:
.....* ”O P. Antônio Vieira merecia da Pátria, em cada terra uma estátua”
(André de Barros, 1746)
.....* “Dentre os prosadores, que fazem jus a uma leitura constante, pelo encantamento e proveito que proporcionam, destaca-se, primus inter pares, o P. Antônio Vieira” (Ivan Lins)
.....* “Tudo o que Vieira dizia entrava prontamente no espírito do fiel, pelos ouvidos e pelos olhos, em sonoridade e imagens visuais” (Ivan Lins)
.....* “ Vieira é inesgotável fonte de ensinos de toda a espécie sobre história, teologia, política, filosofia e moral, compendiando, em suas Cartas e Sermões, não só os conhecimentos, como os sucessos de sua época, de que foi um dos mais proeminentes atores (...) (Ivan Lins)
....* “Entre tantos talentos do P. Antônio Vieira, o menor era o de pregador”, diz o P. Gaspar Ribeiro. Se assim é, imagine-se quanto falta conhecer do nosso genial escritor”.
.....* “Faço uma homenagem muito apaixonada a esse escritor, pregador e educador do século XVII, o P. Antônio Vieira” (Lígia Fagundes Telles)
......* “Vieira é o patriarca de nossos oradores políticos” (Pedro Calmon)
......* “No púlpito, esse jesuíta português, de coração brasileiro, era igual a Matias de Albuquerque defendendo a colônia, a Nóbrega doutrinando-a, a Mem de Sá dando-lhe justiça, aos missionários da Companhia de Jesus que lhe levantaram os santuários primitivos” (Pedro Calmon)
.....* “Vieira deslumbrou as cortes européias, com sua dialética; e à própria capela pontifícia, em Roma, levou as exuberâncias de sua oratória...” (Pedro Calmon)

......3. Sobre Vieira, como mestre sem par da lusofonia, ouçamos o que diz D. Francisco Alexandre Lobo, no final do século XIX:
Vieira deixou a seus compatriotas: “...um monumento admirável da própria linguagem, no corpo completo das suas obras. Se o uso da nossa língua se perder e com ele por acaso acabarem todos os nossos escritos, que não são os Lusíadas e as obras de Vieira; o português, quer no estilo de prosa, quer no poético, ainda viverá na sua perfeita índole nativa, na sua riquíssima cópia de louçania...
(...) Nenhum povo possuiu jamais, nas obras de um só homem, tão rico e tão escolhido tesouro da língua própria, como nós possuímos nas deste notável jesuíta.
Ele empregou a linguagem culta e pública, e também familiar e doméstica; falou a dos negócios, a da cortesia, a das artes, a dos provérbios: e como tratou tantos e tão diversos assuntos, pode afirmar-se, fora de hipérbole, que em suas composições, a resumiu toda inteira, com felicidade singular.
Dir-se-á: Basta logo, por mestre clássico de Portugal, nesse ponto importante, o padre Antônio Vieira! E porque não?... Muito mais atendendo-se, que à cópia e variedade, uniu todos os dotes, que podem tornar uma língua no seu gênero perfeita.” (Em: Discurso Histórico e Crítico-1897)

Para saber mais,... Leia:
- Vieira, Grande Mestre a descobrir (clique)

- Vieira por ele mesmo (clique)

- Dia da Lusofonia – 18 de julho – Dia de Vieira (clique)

- Nossa Pátria Lusófona (clique)

- Cronologia de Vieira (clique)

(03.11.2009)