segunda-feira, janeiro 21

Olivença um paradigma

OLIVENÇA,
 UM PARADIGMA  E  UMA ADVERTÊNCIA
Cai a Máscara do Invasor

I – Descortesias e injúrias do Governo Espanhol

1. Uma Tradição Indigna que Precisa Mudar
Olivença, um Conselho Português, multissecular, foi ocupada pela Espanha, em 1801. Em 1803 Portugal, ameaçado e fragilizado pela invasão de Napoleão, foi coagido a ceder Olivença. No Congresso de Viena, de 1815 foi revertida a entrega, com Novo Tratado. A Espanha reconheceu a decisão em 1817. Acabou a ocupação legal. Daí por diante a ocupação é fraudulenta e abusiva. A Espanha usurpou 750 Km².
Olivença deveria ser devolvida a Portugal. Não foi. Muitos discursos oportunistas, mas não cumpridos.
Até hoje a Espanha sempre se negou a cumprir o Tratado que assinou em 1817.

Em 1801, Olivença era a vila mais populosa da atual Estremadura espanhola. Superava a vizinha Badajoz. Era uma vila muito bela, muito rica e altiva.
Historicamente, Olivença é um paradigma de amor à Lusitanidade e, paradoxalmente, um paradigma da crueldade bárbara e da falta de palavra da vizinha, a Espanha. Um paradigma de horror do invasor, em contraste com a fé e persistência dos oliventinos.
A Espanha cometeu em Olivença um dos mais graves genocídios da história da Europa, em termos genéticos, culturais e humanitários

2. Ameaças de um Genocídio e o Iberismo Decrépito

  • Em 1805 começa o calvário de Olivença. O governo espanhol proibiu o ensino de língua portuguesa (?!) e suprimiu todas as escolas portuguesas de Olivença.
  • Em 1805, as atas da Câmara Municipal passam a ser escritas obrigatoriamente, em castelhano. Gerou a primeira vítima: Vicente Vieira Valério negou-se  a escrever, em castelhano. Foi demitido. Acabou morrendo à míngua, sem recursos.
O drama se repetiu em outros oliventinos, vítimas da tirania e da ganância castelhana.
  • As escolas particulares continuaram ensinando o Português, até maio de 1913, quando foram fechadas, com justificativa oficial e explícita: evitar qualquer sentimento “patriótico lusitano”.
  • Muitos oliventinos, querendo que seus filhos fossem educados na língua materna, passaram a contratar professores particulares, para garantir a educação dos filhos. Mais uma vez o governo fez mais uma sádica intervenção: “proibiu as aulas particulares, sob pena de multa”.




Caixa de texto: A Língua Portuguesa 
Foi Proibida em Olivença
  • Em 1840, 39 anos após a ocupação, a Língua portuguesa foi proibida, em Olivença. Até os padres, nas igrejas, foram proibidos de usar a Língua Portuguesa.
  • A partir de 1853, 42 anos após a ocupação, foram estabelecidas multas para quem fosse apanhado na rua falando em português.
  • Foi instituída uma política sarcástica de desprezo, segregação e discriminação aos falantes da Língua Portuguesa, os agentes de segurança tratavam as palavras de Língua portuguesa com desapreço e com insultos.
  • As condições atuais, em nada melhoraram em Olivença. São atitudes dos tempos da barbárie. É um desrespeito sem limites e sem sentido. Para muitos é uma experiência brutal e infernal, como o foi a Inquisição tão deplorada... A Espanha, aqui, ainda vive na Idade Média...

A Indonésia fez  o mesmo desastre em Timor Leste, 200 anos depois, 
com atitudes idênticas. Diante do mundo estupefato.
Os horrores praticados em Timor Leste abalaram o mundo!
Por que Olivença não provoca horror ao mundo  moderno?!
Por que o Mundo não grita por Olivença, como gritou por Timor?!

3. Rasgando a História e a vida
Se os falantes da Língua Portuguesa ainda pensarem em aderir ao iberismo decadente, estejam dispostos a sofrer todos esses insultos e agressões e humilhações canhestras do novo “conquistador”.
Não espere qualquer manifestação de respeito e muito menos carinho pela língua de Camões. Espere o contrário: Muito desprezo sórdido. Muitas agressões mesquinhas, cruéis e mortais.
Não espere qualquer atitude de respeito pela cultura e pela história de seu país ou pelas pessoas de seus país. Enfrentará violências bárbaras  e humilhantes.

Não se iluda. É a história quem fala. Eles farão tudo para extirpar qualquer sentimento ”Patriótico Lusitano”. O impensável será realidade nua e crua e cotidiana.
Muitos morrerão de desgosto e de tédio, na mais amarga “solidão”, sem resquícios de solidariedade ou hospitalidade lusitana.
Viveremos e morreremos como estrangeiros expatriados, na própria terra  que nos será usurpada de nossos sentimentos. À força.

Quem não fizer algo, agora, quem se mantiver omisso, não merece o país que tem. Merecerá todo o desprezo certo do invasor. É só esperar.

II – GIBRALTAR, Contraponto de OLIVENÇA

4. Exemplo da Inglaterra

Para que não se pense que todos os povos tratam os outros, com tão baixas grosserias, vejamos o exemplo civilizado e cordial da ação da Inglaterra, em Gibraltar:
Os dois pesos e as duas medidas da Espanha. Como tratou.. e como foi tratado...

5. Em 1704, as tropas inglesas, da Aliança Austríaca, ocuparam Gibraltar, durante a guerra civil espanhola (guerra de sucessão)
  • No Tratado de Utrecht, a Espanha cede Gibraltar, perpetuamente, a Inglaterra.
  • Com domínio pleno e legal, os ingleses respeitam os títulos e os méritos dos espanhóis, em Gibraltar. Garantiram o culto católico nas igrejas e em espanhol. A Língua espanhola foi respeitada.
  • Em mais de 300 anos de ocupação, até hoje, não foi publicado nenhum decreto, norma, ordem ou portaria, proibindo o uso e o ensino da Língua espanhola.
  • Hoje, em Gibraltar, toda a gente fala inglês, mas fala também o espanhol andaluz. Quando o representante da Inglaterra fala ao povo, comunica-se pela língua que o povo fala.
  • Foi garantida a liberdade e a identidade do povo.
  • A Inglaterra respeitou a pluralidade
  • As pessoas falam, normalmente bem, o inglês, o espanhol e o andaluz, que é  o falar local.

Por que a Espanha em sua estupidez, não aprendeu, a lição da Inglaterra, e tantas outras boas lições de respeito à dignidade humana?
Parece que a cristã Espanha só é cristã na fachada, se julgarmos o país por seu líderes...
Parece gente troglodita que surgiu, atrasada, das cavernas primitivas...
Gente “civilizada” é outra coisa!!!

            III – RESPEITO À PLURALIDADE E À IDENTIDADE DOS POVOS

            6. Nações Diferentes, Direitos Iguais

O Povo Português, decididamente, é muito diferente do espanhol. É outra concepção do mundo. Que as duas nações se respeitem e que sejam solidárias, é desejável, num mundo civilizado. Mas é difícil. Portugal ainda é um mundo especial,  desconhecido da maioria. No entanto, parte do essencial é invisível aos olhos.
Mas, por favor: cada um no seu espaço, com seus costumes. Unidade sem unicidade. Não há dúvidas: Cooperação, sempre; dominação, nunca.

Portugal não é Espanha. Espanha não é Portugal.
A ética da Espanha também não é a ética de Portugal... Neste sentido, somos muito diferentes.
O português respeita a Espanha, mas não ama a Espanha.
São dois mundos soberanos que podem se respeitar... sempre.
Olivença é um paradigma trágico e uma séria advertência.

A Espanha comete aqui detestável desumanidade, deplorável genocídio. Assim prossegue.
O caso de Olivença é um caso antológico, berrante, bem representativo de atitudes não raras do país vizinho. Na história, os espanhóis foram os exterminadores de dezenas de milhões de pessoas.
Diante da fúria exterminadora dos espanhóis, os nazistas pareceriam “inocentes”?
Os chefes indígenas, atormentados pelos espanhóis. Entre o céu e o inferno, preferiam este, se lá não existissem espanhóis.

Há muitos outros exemplos de atitudes ferozes de pessoas,  a serviço do Governo da Espanha, que,  certamente envergonham o povo da Espanha e envergonham a Humanidade.
Um dos muitos e vergonhosos exemplos são os genocídios praticados por espanhóis na América do Sul, central e no México, amplamente documentado, principalmente por Frei Bartolomeu de Las Casas. As vítimas da ferocidade espanhola, aqui, foram os Incas, os Astecas e Maias, entre outros. Foram dizimados  cerca de 70 milhões de indígenas.
Brada ao céu também a fatídica Inquisição de Lima que teve, como um dos alvos principais, os comerciantes portugueses. São atrocidades que jamais a humanidade esquecerá, até para exemplo das gerações futuras, para que aprendam também com os erros do passado.
Na vida real devemos olhar para a frente. Mas, se esquecermos o retrovisor, podemos ser abalroados.
Galiza, Catalunha, País Basco,  entre outros, têm idênticas histórias trágicas e brutais para contar.
 Olivença sofreu um dos mais graves genocídios dos tempos modernos, nas mãos dos esbirros espanhóis, a serviço da “católica” Espanha.
6. Quando falamos de Espanha, na realidade, referimo-nos ao governo castelhano ancorado em Madri. Muitos povos espanhóis são vítimas dos mesmos tratamentos deploráveis e desumanos.
A Espanha/Castela tem uma história de horrores que deveriam fazer corar de vergonha todo o país; ao menos a parte majoritária que não está de acordo ou que vive há século sobre tão sádico regime de terror e crueldade.
A Espanha/Madri, defende ainda um imperialismo canhestro, torpe e cruel, sem Direitos humanos. Ainda vive na pré-história bárbara.

O sonho e a sanha de querer dominar, com tacão de ferro, toda a Ibéria, ainda roda nas mesas sisudas e invejosas dos ministérios do Governo de Madri. Buscando-se estratégias e a logística para dar o golpe.

Ao rei de Espanha, este sonho não é alheio.
A visita solene que o rei fez a Ilha da Madeira, em 2009, acompanhado da Orquestra Filarmônica de Olivença, faz parte de sua estratégia de conquista, na manha. Foi estratégia de business.
Certas atitudes de certos governos, comprovam de sobejo que “o homem é o lobo do homem”, como observa Tomás Hobes.

Notas: 
1)     Para a elaboração deste texto, servimo-nos das estatísticas de um artigo de Alexandre Banhos, publicado no Blogue Nova Águia, em outubro de 2009.
2)     Este texto deu base a outro estudo: “ O Inferno de Dante e a Farsa da Geolíngua”.


Um comentário:

SOS DIREITOS HUMANOS disse...

DENÚNCIA: SÍTIO CALDEIRÃO, O ARAGUAIA DO CEARÁ – UMA HISTÓRIA QUE NINGUÉM CONHECE PORQUE JAMAIS FOI CONTADA...




"As Vítimas do Massacre do Sítio Caldeirão
têm direito inalienável à Verdade, Memória,
História e Justiça!" Otoniel Ajala Dourado




O MASSACRE APAGADO DOS LIVROS DE HISTÓRIA


No município de CRATO, interior do CEARÁ, BRASIL, houve um crime idêntico ao do “Araguaia”, foi o MASSACRE praticado por forças do Exército e da Polícia Militar do Ceará em 10.05.1937, contra a comunidade de camponeses católicos do Sítio da Santa Cruz do Deserto ou Sítio Caldeirão, que tinha como líder religioso o beato "JOSÉ LOURENÇO", paraibano de Pilões de Dentro, seguidor do padre Cícero Romão Batista, encarados como “socialistas periculosos”.



O CRIME DE LESA HUMANIDADE


O crime iniciou-se com um bombardeio aéreo, e depois, no solo, os militares usando armas diversas, como metralhadoras, fuzis, revólveres, pistolas, facas e facões, assassinaram na “MATA CAVALOS”, SERRA DO CRUZEIRO, mulheres, crianças, adolescentes, idosos, doentes e todo o ser vivo que estivesse ao alcance de suas armas, agindo como juízes e algozes. Meses após, JOSÉ GERALDO DA CRUZ, ex-prefeito de Juazeiro do Norte, encontrou num local da Chapada do Araripe, 16 crânios de crianças.


A AÇÃO CIVIL PÚBLICA AJUIZADA PELA SOS DIREITOS HUMANOS


Como o crime praticado pelo Exército e pela Polícia Militar do Ceará É de LESA HUMANIDADE / GENOCÍDIO é IMPRESCRITÍVEL pela legislação brasileira e pelos Acordos e Convenções internacionais, por isto a SOS - DIREITOS HUMANOS, ONG com sede em Fortaleza - CE, ajuizou em 2008 uma Ação Civil Pública na Justiça Federal contra a União Federal e o Estado do Ceará, requerendo que: a) seja informada a localização da COVA COLETIVA, b) sejam os restos mortais exumados e identificados através de DNA e enterrados com dignidade, c) os documentos do massacre sejam liberados para o público e o crime seja incluído nos livros de história, d) os descendentes das vítimas e sobreviventes sejam indenizados no valor de R$500 mil reais, e) outros pedidos



A EXTINÇÃO SEM JULGAMENTO DE MÉRITO DA AÇÃO


A Ação Civil Pública foi distribuída para o Juiz substituto da 1ª Vara Federal em Fortaleza/CE e depois, redistribuída para a 16ª Vara Federal em Juazeiro do Norte/CE, e lá foi extinta sem julgamento do mérito em 16.09.2009.



AS RAZÕES DO RECURSO DA SOS DIREITOS HUMANOS PERANTE O TRF5


A SOS DIREITOS HUMANOS apelou para o Tribunal Regional da 5ª Região em Recife/PE, argumentando que: a) não há prescrição porque o massacre do Sítio Caldeirão é um crime de LESA HUMANIDADE, b) os restos mortais das vítimas do Sítio Caldeirão não desapareceram da Chapada do Araripe a exemplo da família do CZAR ROMANOV, que foi morta no ano de 1918 e a ossada encontrada nos anos de 1991 e 2007;



A SOS DIREITOS HUMANOS DENUNCIA O BRASIL PERANTE A OEA


A SOS DIREITOS HUMANOS, igualmente aos familiares das vítimas da GUERRILHA DO ARAGUAIA, denunciou no ano de 2009, o governo brasileiro na Organização dos Estados Americanos – OEA, pelo desaparecimento forçado de 1000 pessoas do Sítio Caldeirão.


QUEM PODE ENCONTRAR A COVA COLETIVA


A “URCA” e a “UFC” com seu RADAR DE PENETRAÇÃO NO SOLO (GPR) podem encontrar a cova coletiva, e por que não a procuram? Serão os fósseis de peixes procurados no "Geopark Araripe" mais importantes que os restos mortais das vítimas do SÍTIO CALDEIRÃO?



A COMISSÃO DA VERDADE


A SOS DIREITOS HUMANOS busca apoio técnico para encontrar a COVA COLETIVA, e que o internauta divulgue esta notícia em seu blog, e a envie para seus representantes na Câmara municipal, Assembléia Legislativa, Câmara e Senado Federal, solicitando um pronunciamento exigindo do Governo Federal que informe o local da COVA COLETIVA das vítimas do Sítio Caldeirão.



Paz e Solidariedade,



Dr. OTONIEL AJALA DOURADO
OAB/CE 9288 – 55 85 8613.1197
Presidente da SOS - DIREITOS HUMANOS
Membro da CDAA da OAB/CE
www.sosdireitoshumanos.org.br