Saramago6

TOLERÂNCIA, DIVERSIDADE E SOLIDARIEDADE

COMO COMPROMISSO DA LUSOFONIA

Caro Amigo 

1.  Saramago é um homem polêmico. 

É preciso esgotar os argumentos das posições antagônicas que se confrontaram. Da discussão pode surgir alguma luz.

Entender Saramago, no contexto português considero algo essencial, para que não se confunda o político, com o artista.

Como artista, e como Prêmio Nobel Saramago é coisa nosso. Honra a Lusofonia. O Prêmio Nobel foi dado à Língua Portuguesa.

 Foi dado a Portugal, ao Brasil, a Angola, Moçambique, Cabo Verde, Guiné Bissau , São Tomé e Timor Leste, ao ser atribuído à obra de Saramago. Saramago foi o herói nessa conquista. Mas não conquistou sozinho.

2. Queiramos ou não, Saramago sobrevive.

Se ele foi Judas algum dia, e foi, não podemos nós ser Judas iguais a ele, excluindo-o. O que passou, passou.

Não podemos satanizar a ele nem a ninguém, seríamos traidores da Lusofonia. Ele nunca traiu a Lusofonia. Escreveu sempre em Português.

No Brasil, Saramago tem grandes e leais amigos e um exército de leitores.

Portugal não pode se apequenar, nem o MIL. Seja mais forte, meu caro amigo.

3. A decisão é sua. Mas Portugal não está dando uma lição de democracia e tolerância à Lusofonia.

Pelo contrário: Está dando um exemplo ruim de discriminação e intolerância.

Isso é traição aos ideais da Lusofonia. Na Lusofonia tais posições não são toleráveis.

A solidariedade tem sempre dois lados. Não exclui os que não nos agradam se têm valor reconhecido.

É assim que vejo todas as censuras e restrições que Saramago está sofrendo em veículos portugueses., razoáveis ou não.

Isto me deixa contristado. E me dá mais vontade de levantar mais alto a bandeira da Lusofonia, com todas as suas consequências. Lusofonia não é apenas uma palavra bonita. É um compromisso permanente e sem discriminações. Com justiça, sim.

Solidariedade, Diversidade e Tolerância  estão no cerne da alma da Lusofonia.

Ao menos esta é a minha opinião, do meu ponto de vista.

4. Veja que a própria Igreja Católica em Portugal, manifestou-se, expressamente, com muita tolerância e ampla visão, superando a pequenez reinante.  Tenho pena de isto estar acontecendo.

Eu mesmo nunca fui um Saramaguista, mas sempre o respeitei, embora não lhe dando  a preferência que outros dão. Mas ele foi o herói desta conquista. Isto é indiscutível. O Mérito é dele.. Reconheça-se.

Respeite-se a posição de cada um, democraticamente, sem ataques auto-depreciantes, e antidemocráticos.

O MIL não é e nunca será, por constituição, um veículo antidemocrático ou leniente com a intolerância.

Precisamos então ter mais cuidado com nossas atitudes,  mesmo quando estivermos efetivamente esgotados, como parece ser o caso em questão.

Apelo por justiça e equidade no tratamento dado a Saramago, ou a quem quer que seja e que a mereça.

Para continuar, clique

Mensagem enviada por e-mail,

ao gestor do web-sítio, “Nova Águia”, em 26/06/2010.