GESTO MAGNÂNIMO DO BRASIL?
CONSOLIDANDO A FRATERNIDADE LUSÓFONA MUNDIAL
I - BRASIL MUITO MAIS QUE UMA POTÊNCIA ECONÔMICA
J. Jorge Peralta
Estátua Equestre de D. João IV - Vila Viçosa - Pt |
1. Neste dia de 1º de Dezembro, movido pelo espírito do Dia da Restauração, resolvi retomar e alargar algumas ideias que propus no texto “Aliança Brasil-Portugal”, levando em conta alguns comentários com que me honraram os leitores, em especial o senhor Salles e o senhor Campos. Retomo ainda alguns conceitos do texto “Restaurar Portugal”, comemorando 350 Anos da Restauração.
Mantenho-me na expectativa de que o governo brasileiro fará o gesto magnânimo que lhe dará maior força, no concerto das nações, e que será, essencialmente, um gesto concernente à Geopolítica Mundial.
2. O Brasil é visto hoje, como sendo muito mais do que uma grande potência econômica emergente.
O Brasil é, sem sombra de dúvida, uma grande potência, com possibilidades reais, no contexto das Nações. O Brasil, apesar de suas mazelas patentes, que ocorrem em muitos outros países, é o grande baluarte da Lusofonia e um dos pilares do desenvolvimento mundial.
A corrupção, o desperdício deixam o país vulnerável, em alguns setores. São dores do crescimento e do amadurecimento. O Brasil surge no cenário mundial, como uma grande esperança de novos tempos. Por seu território, rico e belo; pela índole criativa, comunicativa e cordial de seu povo; por suas empresas ousadas, pujantes e versáteis; por seu espírito solidário, e muito mais... O Brasil terá, naturalmente, um papel preponderante no concerto das nações.
O texto, “Aliança Brasil-Portugal”, foi preparado como um desafio do que poderia ser feito, pelo Brasil, sem qualquer abalo interno. Aí se propõe: que o Brasil compre a dívida externa de Portugal, como um rentável investimento.
Bem sabemos que o Brasil precisa saber superar os vícios da grande desigualdade social que o afligem; que tal desigualdade é produto de uma governança e de uma gastança, às vezes difícil de controlar, num país continental; é produto também de uma educação, ainda parcialmente debilitada.
À parte isto, o Brasil, para quem sabe ler a cultura, tem grandes lições a ensinar ao nosso mundo, a partir de seu povo que é muito especial e sabe viver e ousar.
Proponho que se pense num novo paradigma de relações entre os países lusófonos: que se fortaleça a solidariedade e a fraternidade Lusófona Mundial, para o desenvolvimento de todos. A Lusofonia estende-se muito além dos oito países de Língua Portuguesa. Está presente por todo o globo.
A Lusofonia é, a meu ver, é o caminho de nosso futuro comum.
Povos desorganizados são povos, potencialmente, tutelados e debilitados. Num mundo multipolar, a união de povos irmãos a todos fortalece. Juntos somos muito mais do que nós.
O novo paradigma supõe a consolidação de princípios éticos e valores culturais comuns que impulsionem um desenvolvimento sustentável, respeitando a índole de cada povo e ajudando a superar certos vícios que os debilitam.
No texto referido, mirei a economia para acertar na cultura, na lusofonia e no desenvolvimento de nossa gente lusófona.
3. Bem sei que o que proponho, no texto citado, é plenamente possível. É questão de vontade e de momento política.
A dívida externa de Portugal corresponde a uma mínima parcela do PIB do Brasil. Afinal, mais de 40% do dinheiro que se produz no país é captado pelo governo, através de impostos. E este é um país continental.
O Brasil teria muito a ganhar, no cenário internacional, com um gesto magnânimo e político deste quilate, em relação a Portugal. É a minha opinião e de muita gente. Um gesto que muito honraria o espírito da fraternidade lusófona internacional do Brasil, no mundo globalizado, onde o país mantém uma liderança natural.
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