quinta-feira, dezembro 30

Diálogo, Democracia e Lusofonia

II
DIÁLOGO, DEMOCRACIA E LUSOFONIA
Dialogar sem Ludibriar

1. As conquistas do governo Lula não nos impedem de, democraticamente, fazermos algumas observações discretas.
O culto exagerado à personalidade talvez seja a pior herança do Lulismo, por não se  coadunar com a democracia aberta. Com ela tropeçou sem rubor. Foi o modelo Lula de governar... A marca Lula teve muitas vantagens, e algumas desvantagens.
A Democracia aprimora a nossa capacidade  crítica, observando todos os ângulos da realidade. Mas a Democracia, na prática, é eivada de contradições, como tudo o que é humano. Nada é perfeito. Tudo é aperfeiçoável.
Precisamos saber distinguir a democracia, do populismo e da demagogia.

De antemão direi que seria ótimo para a Lusofonia, que Lula fosse um líder mais autêntico, sanando algumas de suas inconsistências. É que Lula, deu um apoio fundamental à Lusofonia. Isto lhe deve ser creditado como honroso.
Lula merece um troféu, como amigo da Fraternidade Lusófona Mundial.
A Lusofonia tem muito a aprender com Lula, inclusive com seus desvios... Democracia é um aprendizado permanente, ou não é democracia... Em democracia precisamos saber optar. Precisamos saber dialogar com o povo...
Que me desculpem, mas os EEUU não são a força motriz da Democracia.

2. Lula foi um homem que conseguiu, com muita sagacidade e atitudes condizentes, nem sempre aceitáveis  pela ética, manter-se no poder por oito anos, com apoio excepcional, em algumas regiões do país.  
Foram 8 anos de “paz” e muita inquietação para o setor produtivo... “Superou” paradoxos... Objetividade? Para quê? O que importa é que o povo acredite no que ele diz e ele acredita e foi em frente repetindo o suspeito e fantasioso refrão: “nunca antes, neste país...” Manteve, no final do governo, uma popularidade de mais de 80% de aprovação. A que preço?! “Não há bonita sem senão”, diz o povo.
Lula deu um nó na Democracia e na Ética.
A dimensão folclórica de sua atuação acabou encobrindo muitas mazelas de seus “amigos”. Usou a brincadeira como processo de ocultação de situações a repelir. Legou problemas  sérios para sua sucessora, tais como: juros absurdos,  loteamento de cargos para sindicalistas (sindicocracia), problemas na educação, na saúde, nos aeroportos e muito mais.
Nossa educação, como revelam os indicadores do PISA, está entre as piores do mundo... A muitos iludiu, só porque deixou algumas compensações. Lula soube sonhar e soube encenar...
Exaltemos-lhe as conquistas, mas com os olhos e a mente aberta e livre. Devemos nos perguntar se há democracia “pura”. Acredito que só nos livros do Ensino Fundamental. Mas é um regime a aperfeiçoar, sempre.
Não, não aprovo a farsa,  a falcatrua. Apenas digo que não podemos ser intransigentes em certas circunstâncias...


3. Com os pés no chão, precisamos saber, que modelo de governo melhor se adequa aos países lusófonos. Certamente não haverá um modelo único... As pessoas não são marionetes.
Para apreciar o governo Lula precisamos verificar algumas situações:
- De que setor lhe vem tão alta popularidade? O que pensa o setor produtivo? Quem determina e constrói o futuro do país? Todos, certamente.
Com todo o dinheiro que teve nos cofres públicos, se o gastasse bem, sem corrupção, Lula teria feito muito mais por toda a nação: na educação, na saúde, na moradia, nos transportes, no saneamento básico, etc.
São senões que o novo governo pode ir sanando.
Os resultados políticos são “ótimos”, mas ainda devemos reiterar que “os fins não justificam os meios”. O País não é feito por um rebanho de cordeiros que se contenta com um pasto seco, mas pasto. “Circo e Pão” era a receita  e a senha dos imperadores romanos. A receita parece ainda não estar obsoleta.
É preciso ir mais longe: “circo, pão, educação, saúde, emprego, auto-estima, confiança e algo mais”.
Devo esclarecer que não compactuo com os desvios éticos do Governo Lula. Apenas deixo claro que nem tudo aceita uma penada apressada de teórico intelectual. Este é um estudo para ser  apreciado sem dogmas.
As contradições nos obrigam a repensar algo...
Esclareço que não me insurjo contra os intelectuais, mas apenas contra as falácias de alguns.

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