quinta-feira, novembro 5

Camões e Vieira


VIEIRA E CAMÕES
ARAUTOS DA LUSOFONIA
E DA LUSOFONIA


1. Os Povos Tem Seus Símbolos

Todos os povos têm seus heróis e seus monumentos.
Todos têm suas personagens e lugares sagrados,
no domínio religioso, político, econômico ou cultural.
São símbolos de suas virtudes ancestrais e luz de seu futuro.

Todos preservam suas raízes culturais,
a seiva que alimenta a sua história e consolida sua identidade;
preserva vivas as suas glórias e suas memórias,
e dá energia para as novas conquistas e novas vitórias.
Vieira e Camões são expoentes máximos de nossa língua
São marcos firmes do mundo lusófono.

Os grandes povos e as grandes civilizações,
têm seu livro sagrado que canta a glória de sua gente,
e traça os rumos das próximas gerações,
mostrando paradigmas, abrindo caminhos e acendendo luzes.
Cada qual com sua índole, com sua fé, com seus ideais
de um mundo uno e plural.
Assim é o mundo da lusofonia: uno e múltiplo.

Os cristãos têm a Bíblia, a palavra que os guia e os aconselha.
Os gregos têm a Ilíada e a Odisséia, de Homero.
Os romanos têm a Eneida, de Vergílio.
Os indianos têm os Vedas.
Os italianos têm a Divina Comédia, de Dante.
Os lusofalantes tem Os Lusíadas, de Camões.
Os alemães têm o Fausto, de Goete.
Os espanhóis têm o Quixote, de Cervantes.
Os ingleses tem o Paraíso Perdido, de Milton.
Os árabes tem o Alcorão, de Maomé.
São livros relicários dos valores das gentes.
São obras clássicas que vivem para sempre.

Nossas raízes preservam nossa identidade nacional,
as razões de ser do nosso povo, a alma de nossa nação.
As nações são comunidades vivas, e se forjam na convivência,
para além do tempo e do espaço.
Unem-se por fortes laços históricos, morais e culturais.
Precisamos encontrar espaços adequados para desenvolvê-los
e mantê-los como símbolos de nossa vitalidade.
Precisamos cultivar os grandes personagens, símbolos desta unidade.


2. Os Avalistas da Lusofonia.

Diz-nos Pessoa que nossa pátria é a Língua Portuguesa
Uma pátria de muitos países, povos e nações
Uma pátria lusofônica, multiétnica, multinacional e multicultural
nos quatro cantos do mundo sediado.
Esta é uma realidade fantástica
que a todos engrandece e espanta,
nosso coração aquece e nossa força rejuvenesce.

Camões e Vieira são símbolos vitais
de nossa cultura e de nossos ideais,
ao lado de Pessoa, Eça, Antero e Drummond,
Rosa, Gonçalves Dias, Castro Alves e Rui Barbosa,
ladeado por uma plêiade imensa de imortais
das ciências, das letras e das artes.

São símbolos vitais da nação lusofalante:
e a Torre de Belém e o Mosteiro da Batalha,
A Catedral de Brasília e o Cristo Redentor
E mais uma lista que não se acaba,
na Europa, na Ásia, nas Américas, no Oriente e no Ocidente.
Onde quer que haja uma comunidade Lusofalante.

São relicários de nossa auto-estima
E do orgulho nacional, lingüístico e cultural.
São obras monumentais, para honra e glória de nossa gente.
São fortes agentes da unidade e da solidariedade nacional,
e de toda a lusofonia.

Camões e Vieira são os avalistas da lusofonia,
desta comunidade imensa de pessoas de muitas etnias.
É uma “pátria” irmanada num idioma culto e belo,
a Língua Portuguesa, nosso veículo de comunicação,
de pensamento, de sentimentos e de ação.
É nossa pátria, nosso chão.

O Dia da Pátria é o Dia de Camões
Camões é símbolo e patriarca da nação,
Vieira é símbolo e patriarca da lusofonia.
Vieira é a marca mais perfeita,
da multicontinental e multinacional
Pátria lusófona,
que a Língua consolidou.

O Dia Mundial da Lusofonia,
É também o Dia de Vieira.
Marca o dia em que Vieira nos deixou;
O dia em que sua obra espantosa nos legou.

Então vamos celebrar a Pátria –
no Dia de Camões, 10 de junho.
Vamos celebrar, a Universal Lusofonia,
no Dia de Vieira; 18 de julho.

Assim temos os dois monumentos
da cultura luso-tropical,
juntos no mesmo pedestal;
camões e Vieira, nossa marca registrada.


3. Os Lusíadas e os Sermões

Camões e Vieira são nossos grandes mestres imortais.
São pessoas ativas, criativas, dedicadas e altaneiras.
Camões e Vieira construíram os mais altos monumentos
da culta e bela Língua Portuguesa.

A obra magna de Camões são “Os Lusíadas”.
A obra magna de Vieira são “Os Sermões”.
Um na poesia, outro na prosa, cada um a seu modo.
Ambos produziram obras monumentais, imortais,
que perpetuam e enobrecem nossa língua e nosso povo,
para além do tempo e do espaço, para todo o sempre.

Vieira e Camões foram autores geniais.
Ambos conseguiram, com raro engenho e arte
concentrar em suas obras, em grau sublime,
todas as energias, propriedades e delicadezas,
com toda a riqueza, versatilidade e grandeza,
da nossa bela, nobre e humana Língua Portuguesa.

Vieira e Camões, ladeados por uma plêiade imensa
de grandes escritores, por todos os continentes espalhados,
são os grandes clássicos da nossa língua,
revitalizada por muitos, através das novas e velhas gerações.

A Língua de Vieira e de Camões é a timoneira
de nosso pensamento, de nossos sonhos e nossas emoções.
É o farol e a bússola que norteia e conduz
nossa nação, nossa vida, nosso futuro e nossas canções.
Nossos clássicos nos ajudam a repensar e a fruir,
com mais prazer as belezas e os ritmos da nossa Língua Portuguesa.

Camões e Vieira
São os grandes mestres e avalistas
da força e da beleza da lusofonia
alicerçada na magnífica Língua Portuguesa.

4. Um pináculo para os imortais.

Camões foi um poeta guerreiro e navegante
que a sua língua e a sua pátria imortalizou
com sua arte, suas vivências e seus ideais.
Foi o cantor das glórias de seus ancestrais,
das glórias e percalços
da lusa gente de sempre,
perpetuando-as de geração em geração,
sempre tomando novos significados, em novas dimensões.
Os Lusíadas é um monumento lingüístico,
de ouro e marfim, talhado em granito.

Os Lusíadas é uma jóia rara e preciosa, encrostada
na alma, no sentimento e no rosto de nossa gente.
É o livro símbolo da nacionalidade, da grande pátria lusofalante.
É uma bandeira tremulante, na nossa estante e na nossa mente.
É um navio que navega, por mares encrespados ou tranqüilos,
rumo a seu superior destino, pelos “deuses” traçados.

Vieira foi um guerreiro do humanismo,
um navegante dos sete mares; um homem de sete partidas.
Nos Sermões defendeu as grandes causas da humanidade,
do humano ser, da humana convivência,
e da humana dignidade, para além de castas e etnias.
Defendeu sua pátria contra os invasores holandeses
e contra os vendilhões de todas as raças.
Defendeu o direito dos excluídos, numa sociedade plural.


Vieira defendeu o Quinto Império, espaço de harmonia inter-étnica,
de fraternidade e de paz universal.
Um sonho profético.
Foi um peregrino por destino e por missão.
Por toda a parte distribuiu suas palavras
de estímulo e de engrandecimento ao ser humano.
Compartilhou sua sabedoria entre gregos e troianos.

Camões com seu Lusíadas e Vieira com seus Sermões
são personagens símbolos e reservas morais de nossa nação.
Têm um pináculo garantido, na alma e no coração da lusofonia.
No Promontório de Sagres, espaço sagrado
e altar da nacionalidade,
onde todos os heróis de verdade da lusofonia
têm místico e esplendoroso monumento invisível,
onde o granito e o bronze são feitos de linguagem e de ideais,
lá estão, gloriosos e de louros coroados
nossos mestres inquestionáveis: Vieira e Camões.
São símbolos de nossa unidade e de nossa confraternização.
São luzes que iluminam caminhos das atuais e futuras gerações.

Camões é para todo o sempre,
afeito a lutar por mar, e por terra.
No Oriente e no Ocidente.
Foi o cantor símbolo de sua pátria e de sua gente.
Vieira, um luso-afro-brasileiro,
é o símbolo da universal lusofonia,
nos quatro cantos do mundo implantada.

Camões e Vieira, seguidos de
Fernando Pessoa e de outros mais,
são a luz que brilha e ilumina
todos os espaços lusófonos,
dando-lhes mais fraternidade e vida.


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